Pela revogação do Novo Ensino Médio, estudantes ocupam as ruas em 51 cidades brasileiras
Segurando cartazes com textos como: “Hoje a aula é na rua”, “Revoga a reforma ou paramos o Brasil” e “De tanto poupar educação, ficaremos ricos de ignorância”, milhares de estudantes, profissionais da educação e defensores do ensino público ocuparam as ruas de mais de 50 cidades nesta quarta-feira (15/03) no “Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio”.
Os atos foram convocados por entidades como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), com apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e de várias frentes sindicais e movimentos de defesa da Educação.
O Novo Ensino Médio foi aprovado como lei em 2017 e se tornou obrigatório em 2023. Trazendo várias mudanças, o programa altera permanentemente o currículo escolar de todos os estudantes da rede pública e privada.
A mudança que foi anunciada como uma renovação positiva para o ensino médio, representa na verdade um retrocesso gigantesco e ameaça não só a formação dos alunos nesses três anos, mas coloca em xeque toda rede de ensino superior.
Os percursos curriculares a serem implementados, evidenciam a distância que existe entre o ensino público e privado, uma vez que privilegia as escolas elitizadas e com maiores estruturas para o desenvolvimento dos percursos curriculares. Enquanto escolas da periferia ou do interior estarão fadadas a mais precarização, uma vez que não conseguirão aplicar a proposta do NEM, prejudicando a formação dos alunos.
“Essa reforma foi construída pelas mãos de pessoas que nunca pisaram numa escola pública e não entendem a realidade da nossa educação”, criticou Yasmin Barreto, diretora de comunicação da UBES ao portal Brasil de Fato. Com as manifestações Brasil afora, afirma a presidenta da UNE, Bruna Belaz, a expectativa “é que o novo governo possa ouvir as demandas dos estudantes, que têm sentido na pele o que esse ensino médio representa na sala de aula”, disse ela ao BdF.
Em Belo Horizonte o APUBH se somou a essa luta tão prioritária neste momento, No início dos turnos da manhã e noite, houve uma panfletagem na portaria da Faculdade de Educação da UFMG, convidando os discentes e profissionais formadores da Educação para apoiarem os estudantes secundaristas e lutar pela revogação total do novo modelo de ensino médio.