Ministro da educação pede exoneração para fugir de denúncias
Milton Ribeiro pediu para sair após denúncias de corrupção
Na última segunda-feira (28), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou sua exoneração ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Como mencionado em reportagem da Rede Brasil Atual (RBA), o Ministro Milton Ribeiro e o presidente Jair Bolsonaro decidiram por uma “saída honrosa” após vir à tona um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Trata-se do quarto Ministro da Educação em menos de quatro anos de governo Bolsonaro.
O escândalo de que a agenda do Ministério da Educação era controlada por um “gabinete paralelo”, formado por pastores, em que nominalmente, nos áudios, foram citados Gilmar Santos e Arilton Moura, que gerenciava não só a agenda, mas também a verba do ministério. A “Folha de S. Paulo” divulgou o áudio de uma reunião em que o então ministro disse que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o repasse de verbas seguiria as indicações dos dois pastores, que controlam a mesa da educação no país, sendo que nenhum têm vínculo político formal com qualquer cargo público ligado à pasta da educação.
O problema aberto pelo escândalo de corrupção capitaneado por Milton Ribeiro e outros pastores causou problemas dentro da base bolsonarista e dentro da bancada evangélica. À Jovem Pan, uma importante liderança da bancada evangélica que não foi identificada afirmou que os aliados do governo trabalharam junto ao presidente Bolsonaro para convencê-lo a afastar o ministro. Ainda no dia 28, dia do pedido de exoneração do ministro, o deputado federal e pastor Marco Feliciano, ferrenho bolsonarista, solicitou, em seu perfil no twitter: “Caro ministro. Por sua saúde emocional, por sua família que deve estar sofrendo, por nós evangélicos, que estamos sendo triturados, pelo presidente Jair Bolsonaro, que em um ano tão importante está sendo arrastado para essa história estranha, não retarde seu licenciamento”. No mesmo dia, Silas Malafaia, outro pastor de grande influência no governo Bolsonaro, foi ainda mais direto: “Vergonha total. Ministro da Educação em foto com a esposa em Bíblia de pastor lobista do MEC. Tem que ser demitido para nunca mais voltar”.
Quem assumirá o cargo interinamente será o atual secretário-executivo Victor Godoy Veiga. Nos bastidores, o Centrão, grupo fisiológico de apoio ao governo Bolsonaro, disputa a pasta, com a especulação da indicação do reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Anderson Ribeiro Correia. De acordo com reportagem do Correio Brasiliense, Anderson Ribeiro, que seria assumidamente evangélico, estaria recebendo ligações de integrantes do Centrão para sondá-lo sobre a possibilidade de assumir o posto.
Todos os Ministros que ocuparam a pasta da Educação no governo Bolsonaro, até então, se envolveram em escândalos políticos. Agora, este governo está utilizando a pasta como simples moeda de troca para garantir sua sustentação por parte da ala fisiológica do Congresso. Isso explicita como o governo Bolsonaro trata o Ministério da Educação: como um mero penduricalho, a ser utilizado para fins políticos.
APUBHUFMG+ – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e Campus Ouro Branco/UFSJ – Gestão Travessias na Luta – 2020/2022