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Grupo de Teatro Mulheres Míticas apresenta: BALADA PARA SOFRER CON GUSTO

com Felipe Cordeiro, Jéssica Ribas e Luísa Lagoeiro

dramaturgia:  Éder Rodrigues, Ibi Monte e Marina Viana | direção: Sara Rojo

Dia 03/07 | Quarta-feira, em duas apresentações: às 12h30 e às 17h30

Av. Reitor Mendes Pimentel – Pampulha

ENTRADA GRATUITA – SUJEITA À LOTAÇÃO DO ESPAÇO

PATROCÍNIO APUBHUFMG+ / APOIO PRÓ-REITORIA DE CULTURA

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O Grupo de Teatro Mulheres Míticas, prestes a completar uma década de atividades,  leva à UFMG, com patrocínio do APUBH  e apoio da Pró- Reitoria de Cultura, seu espetáculo mais recente,  “Balada para Sofrer con Gusto”. Com dramaturgia inédita assinada em conjunto por Éder Rodrigues, Ibi Monte e Marina Viana, a peça revisita, acessa e subverte a biografia  e obra de duas personagens icônicas da história latino-americana, os argentinos Eva Perón (atriz e primeira-dama) e Copi (persona do dramaturgo e multiartista Raul Damonte Botana). Com direção de Sara Rojo, “Balada para Sofrer con Gusto” leva o Mulheres Míticas a experimentar novas linguagens tais como a Revista e a performance Drag, em uma montagem que vai da poesia transgressora de Copi ao resgate de Evita como figura chave do peronismo.  

 

BALADA PARA SOFRER CON GUSTO:  Urgente! O corpo de Eva Perón acaba de ser sequestrado pelo grupo de teatro Mulheres Míticas! Antes de nós, porém, a figura de Evita já havia sido tomada por Copi, outro artista mítico. “Balada para Sofrer com Gusto” é homenagem enquanto deboche, ficção enquanto documento, riso enquanto ferida. O mais transgressor dos espetáculos do Mulheres Míticas já parte do ato subversivo de um grupo que,  brasileiro, aborda vida e a obra de dois ícones da história (e do teatro) argentinos. Eva, figura chave do peronismo, antes de se tornar primeira-dama, estrelou no Teatro de Revista. Copi, cartunista, poeta e dramaturgo, um dos primeiros autores latinoamericanos a abordar a homessexualidade em sua obra. Ele, em uma de suas mais conhecidas peças, já a visitara. E nós, agora, reencontramos os dois, convocando-os e promovendo seu encontro para pensar nossas histórias, a história dessa irmandade-vizinhança, histórias tão próximas e tão distintas.  

 

Marcando o retorno do Grupo de Teatro Mulheres Míticas aos palcos, Balada para Sofrer con Gusto traz o coletivo mineiro experimentando temas e linguagens inéditos em sua trajetória. Ineditismo que começa desde a dramaturgia do projeto que, ao contrário das montagens anteriores (desenvolvidas a partir de obras dramatúrgicas ou literárias já existentes), conta com um texto escrito especialmente para o grupo por três dramaturgos convidados. Somam-se a Ibi Monte (autor que integra o Mulheres Míticas) na criação do texto, Éder Rodrigues e Marina Viana, com quem a diretora Sara Rojo já desenvolvera produtiva parceria no Mayombe Coletivo de Teatro.

Balada Para Sofrer con Gusto é uma obra criada a partir de uma provocação feita pelo Mulheres Míticas aos autores: e se Eva Perón e Copi se encontrassem?

Ainda pouco conhecido no Brasil, Copi foi um artista múltiplo nascido em Buenos Aires, mas cuja produção mais significativa ocorreu em Paris. Escritor, cartunista e dramaturgo, Copi integrou ao lado de Fernando Arrabal e Alejandro Jodorowsky o chamado Movimento Pânico. Sua obra foi marcada pelo humor provocativo e satírico. Em 1970 ele estreia, na capital francesa, “Eva Perón”, abordando justamente a figura de Evita, porém de maneira subversiva e iconoclasta. O espetáculo, apesar de grande êxito, despertou também a ira de alguns: Após um atentado terrorista, Copi passou mais de uma década sem retornar a Argentina. O artista faleceu em 1984 por complicações da AIDS. “Copi ironizava que até na morte pela doença ele seria vanguardista. Sua obra continua sendo admirada por muitos e influenciou gerações de escritores, artistas e intelectuais em diversos países”, explica Felipe Cordeiro, ator e dramaturgista.

Eva, por outro lado, é de tal forma conhecida que se tornou uma figura quase santificada. Nascida como Eva María Duarte, se tornou popularmente como Evita. Foi uma atriz e política que se tornou uma das figuras mais influentes da história da Argentina. Casada com Juan Domingo Perón, ela se tornou, como explica a diretora Sara Rojo, uma inflexão em nossa história: “Uma mulher com poder, dentro de uma sociedade patriarcal” . Evita usou sua posição para defender os direitos das mulheres e dos trabalhadores, além de promover programas sociais destinados a ajudar os mais pobres.

Primeira montagem presencial do coletivo após as experiências audiovisuais desenvolvidas no período de distanciamento social (“Hilda Penha”, em 2021 e “A Mulher Porca”, em 2022) Balada Para Sofrer con Gusto traz em cena Felipe Cordeiro, Jéssica Ribas e Luísa Lagoeiro dirigidos por Sara Rojo, todos integrantes do Mulheres Míticas. A equipe, porém, conta com novos parceiros, como Túlio Cássio, que assina a preparação corporal e as coreografias do espetáculo, Roger Lages, consultor de Arte, e Marina Arthuzzi, que pela primeira vez realiza a criação da Luz de um espetáculo do coletivo.

Balada Para Sofrer con Gusto é o mais musical, mais irreverente e talvez mais transgressor espetáculo do Mulheres Míticas. Mantendo-se fiel a sua proposta de investigar nossa realidade de forma integrada a um contexto latino-americano, o coletivo, prestes a completar uma década de trabalho, se arrisca. Como explica a diretora Sara Rojo: “O grupo se atreveu com medo, com incerteza, a entrar em terras alheias, que também são nossas. América Latina é muitas, mas é também uma. A sua história tem sido feita de exclusões, agressões e glamours. O teatro e nós artistas temos algo a dizer sobre isso. Experimentar, experimentar, essa é a consigna.

EQUIPE

SARA ROJO (DIRETORA) – É diretora teatral, Professora Titular da UFMG e bolsista de produtividade do CNPq. Possui graduação em Letras pela PUC-Chile, Mestrado em Artes pela State University of New York, Mestrado em Letras Hispânicas pela PUC-Chile e doutorado em Literaturas Hispânicas pela State University of New York. Realizou dois pós-doutorados, na Università degli Studi di Bologna e na Universidad de Chile. Fundou em 1995, em Belo Horizonte, o Mayombe Grupo de Teatro e, desde então, assumiu a direção dos 12 espetáculos do grupo. Foi indicada ao Prêmio Sinparc de Melhor Direção, em 2013, pelo espetáculo Klássico (com K). Em 2011, foi indicada aos prêmios Sated-MG de Melhor Direção Teatral e Prêmio Sinparc de Melhor Direção Teatral pelo espetáculo “A Pequenina América a sua Avó $ifrada de escrúpulos”. Desde 2014, é também diretora do Mulheres Míticas. Possui livros, artigos e capítulos de livros publicados sobre teatro latino-americano, literatura e cinema.

MULHERES MÍTICAS – O grupo de teatro Mulheres Míticas surgiu em 2014 com a estreia do espetáculo, “Clamour + E se Eva não tivesse dentes?”. A primeira montagem cumpriu diversas temporadas em Belo Horizonte, pelo interior de Minas e também na região Sul do país. A segunda montagem, “O Deszerto”, venceu o 4º Prêmio Beagá Cool (2018), na categoria Artes, tendo sido eleito por votação popular como a iniciativa artística que mais se destacou na cidade de Belo Horizonte no ano de 2017. A peça estreou no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH), em dezembro de 2016, e realizou temporadas no Palácio das Artes (Juvenal Dias), Teatro Marília e, por meio do edital Cena Plural da Fundação Municipal de Cultura de BH, em Centros Culturais descentralizados (Vila Fátima, Lindeia Regina e São Bernardo). “Classe”, terceiro espetáculo do Mulheres Míticas, marcou a comemoração dos  e 5 anos do grupo, sendo a primeira montagem mineira de um texto do conceituado dramaturgo chileno Guillermo Calderón. O trabalho também estreou no CCBB-BH, em temporada esgotada. Foi com “Classe”, também, que o Mulheres Míticas fez suas primeiras apresentações internacionais (na Universidad de Chile e no Centro Cultural Gabriela Mistral, em Santiago/Chile). Já em 2020 o grupo lançou sua primeira publicação: “Mulheres Míticas em Performance” (Editora Javali), livro que reúne os textos de “O Deszerto” e “Classe” além de artigos assinados pelos integrantes do Grupo (Felipe Cordeiro, Gabriela Figueiredo, Jéssica Ribas, Luísa Lagoeiro e Sara Rojo) além de diferentes colaboradores.

Em 2021, durante o período de isolamento social, o coletivo experimentou a linguagem audiovisual. “Hilda Penha”, teatro-vídeo que contou com Marina Viana como atriz-convidada estreou em temporada realizada virtualmente pelo Sesc Minas Gerais e, desde sua estreia, vem sendo apresentado em diversos festivais nacionais, tendo sido selecionado pela representação brasileira da Quadrienal de Praga como um dos destaques da produção brasileira entre 2019 e 2022. “Hilda Penha” foi a primeira experiência brasileira a partir da obra da dramaturga chilena Isidora Stevenson. Já com  “A Mulher Porca” o grupo conclui as comemorações de 40 anos de trajetória de sua diretora Sara Rojo, com os lançamentos simultâneos do vídeo do espetáculo e a publicação de seu texto, de autoria de Santiago Loza com tradução de Ibi Monte, pela Editora Javali.

“Balada para Sofrer con Gusto” é o sexto espetáculo do Mulheres Míticas e sua estreia dá início à comemoração dos 10 anos do coletivo, a serem comemorados em 2024.

 

BALADA PARA SOFRER CON GUSTO – FICHA TÉCNICA

Direção: Sara Rojo

Atuação: Felipe Cordeiro, Jéssica Ribas e Luísa Lagoeiro

Dramaturgia: Éder Rodrigues, Ibi Monte e Marina Viana

Dramaturgismo: Felipe Cordeiro

Produção: Maria Mourão

Desenho de Luz: Marina Arthuzzi

Operação de luz: Rodrigo Marçal

Preparação Corporal e Coreografias: Túlio Cássio

Preparação Vocal: Isabela Arvelos

Figurino: Jéssica Ribas

Costura: Decustume Atelier e Augusta Cordeiro

Consultoria de Arte: Roger Lages

Assessoria de Comunicação: João Santos

Design Gráfico: Vitor Carvalho

Fotografia do Cartaz: Mateus Lustosa

Pesquisadores da Cartilha: Edmundo Araújo Neto e Felipe Cordeiro

Produção Musical e Design Sonoro: Juan Rojo

Realização: Grupo Mulheres Míticas