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Estragos do Governo Bolsonaro: calote bilionário na CEF para tentar evitar perda das eleições

Ao longo do ano de 2022, as pesquisas de intenção de voto evidenciavam cada vez mais a falência do governo Bolsonaro. O negacionismo científico e a inação política que levou a morte de mais de 700 mil pessoas no Brasil, a volta do país  ao mapa da fome, a falta de investimentos públicos em áreas de interesse social, como a saúde e educação cobraram seu preço.

Desesperado e com sede de poder, o governo Bolsonaro tentou várias manobras para se reeleger. Uma delas que veio à tona recentemente evidenciou o tamanho da vitória daqueles que não competiram eleitoralmente contra o governo de extrema-direita nas últimas eleições. Em matéria divulgada no portal Uol, de autoria de Amanda Rossi, baseada em um relatório realizado ainda maio de 2022 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), ficou evidenciado que o governo Bolsonaro causou um calote gigantesco na Caixa Econômica Federal.

Pela apuração de Amanda Rossi, em março de 2022, em conjunto com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o ex-presidente assinou duas medidas provisórias. A primeira criou linhas de microcrédito para pessoas que tinham o “nome sujo”, em que o banco estatal emprestou R$ 3 bilhões e que teve uma inadimplência de 80%. A segunda liberou empréstimos consignados para aqueles que recebiam Auxílio Brasil, em que entre o primeiro e segundo turno das eleições fez com que a CEF emprestasse R$ 7,6 bilhões. Mais de 100 mil pessoas não conseguiram pagar estes empréstimos e foram excluídos do Bolsa Família deste ano. Essa “aventura eleitoral” do governo Bolsonaro levou a queima das reservas financeiras da Caixa, fazendo com que os indicadores de risco da Caixa ficassem em alerta.

Hoje, mais de um ano depois da assinatura das MP’s, a cada R$ 1.000 emprestados, R$ 800 não foram pagos. Fica evidente o tamanho da vitória eleitoral daqueles que lutaram contra a política de extrema-direita nas eleições do ano passado. Superou-se um governo que possuía a máquina governamental na mão, que além de colocar a Polícia Rodoviária Federal para fazer blitzes para tentar evitar que os eleitores do governo Lula votassem, também utilizou de bancos estatais para tentar comprar votos dos mais pobres.

A vitória eleitoral foi realmente impactante e importante. Porém, não deve ser encarada como um fim em si mesmo: o governo Bolsonaro foi derrotado. Todavia, os órgãos legislativos estão repletos de parlamentares bolsonaristas, governos estaduais estão sendo regidos por mandatários de extrema-direita, como é o caso de Romeu Zema em Minas Gerais. Com toda a operação montada, o governo Bolsonaro conseguiu mais de 58 milhões de votos. Assim, é necessário refazer o país que o governo Bolsonaro tentou destruir, fortalecer as instituições públicas, inclusive os bancos públicos, e pressionar o atual governo federal para fortalecer as políticas públicas de interesse da população do Brasil.