‘Ensino remoto é como um suplemento, nunca substituirá o presencial’, diz Sandra Goulart
Fonte: UFMG
Em evento on-line de retomada do semestre, Teresa Kurimoto e Christian Dunker defenderam a importância do acolhimento e da escuta
“A oferta do ensino remoto emergencial é como um suplemento, que nunca será como o ensino presencial, mas a forma possível, encontrada pela UFMG, neste momento de excepcionalidade, para fortalecer o vínculo com seus estudantes, retomar as atividades de forma gradual e combater a exclusão e a desigualdade digital”, afirmou a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, na recepção à comunidade acadêmica, nesta segunda-feira, dia 3, durante webinar transmitido pelo canal do YouTube da Coordenadoria de Assuntos Comunitários, com o tema Acolhimento e escuta para os tempos atuais.
Segundo a reitora, o ensino remoto emergencial atende à decisão dos conselhos superiores da Universidade. “São tempos de inseguranças, de muitas dúvidas, que, por isso, demandam acolhimento e escuta, mas também muita empatia, comprometimento e compartilhamento das novas experiências. Tudo será um aprendizado, não resta dúvida. O importante é que tenhamos flexibilidade e responsabilidade uns com os outros, como pessoas e como nação, como instituição de ensino comprometida com o atendimento das demandas da sociedade e da própria comunidade acadêmica”, propôs.
A professora Teresa Kurimoto, da Escola de Enfermagem e do Comitê Permanente de Saúde Mental da UFMG, cuja fala foi centrada no mote O novo sempre vem: reflexões para os tempos atuais, lembrou que uma universidade não é lugar restrito à entrega de demandas e de busca de soluções, mas um espaço de construção contínua e conjunta do protagonismo dos sujeitos envolvidos. “O termo acolhimento, que pegamos emprestado da área da saúde mental, traz não apenas as dimensões estética e da convivência em favor da vida, mas também a dimensão política, que implica compromisso de todos com todos na construção desse espaço”, observa.
Em sua exposição, Kurimoto relatou que, há cerca de quatro anos, estudantes expuseram, durante evento de saúde mental, seu sofrimento individual no percurso acadêmico. Com base nessa escuta, os integrantes da rede de saúde mental concluíram que algo não ia bem nas relações construídas no ambiente acadêmico. “Desde então, estamos construindo, continuamente, essa proposta de acolhimento da diversidade, das fragilidades, dos limites e das singularidades. Isso não significa que temos como propor uma política que vá banir o sofrimento, mas é uma proposta para nos olharmos mais e continuamente, para aprendermos novos modos de ensinar, de aprender e relacionar”, acrescenta.
Recusa ao sofrimento do outro