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Em Montes Claros, mulheres foram às ruas exigir um Brasil sem machismo, racismo e fome

O APUBHUFMG+ apoiou a realização e marcou presença na 13ª Marcha das Mulheres de Montes Claros.

“O Brasil não pode ter miséria! O Brasil não pode ter miséria! Nessa terra de tanta fartura, Olorum! Xô, miséria!”. Os versos, compostos por Maurício Tizumba, marcaram a passagem da 13ª edição da Marcha das Mulheres de Montes Claros, no sábado passado (19/03). O APUBHUFMG+ apoiou a realização e marcou presença no ato público, organizado por movimentos sociais e sindicais da própria cidade e de outras da região.

A Marcha não pode ser realizado em 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, devido a um decreto municipal que proibia aglomerações na cidade. Apesar do adiamento, a Marcha deu o seu recado, com a participação de cerca de 300 pessoas.

A luta feminista tem relevância especial, no momento atual do país, em que a extrema-direita alavanca o crescimento da misoginia, do machismo e do pensamento reacionário e patriarcal. Aliado a isso, o avanço do neoliberalismo também aumentou as desigualdades sociais, a miséria e a fome. Para fazer frente a este cenário, neste ano, a Marcha teve como tema “Mulheres sem Medo: por um Brasil sem machismo, racismo e fome”. A oposição ao governo Bolsonaro e à sua política de morte e fome deu a tônica do protesto.

As/os manifestantes se encontraram na Praça do Automóvel Clube, no Centro da cidade. De lá, a manifestação percorreu as ruas da cidade, buscando sensibilizar e dialogar com a população. A bateria feminista acompanhou todo o trajeto da marcha, trazendo ritmo e esperança para o ato. E para envolver a todas e todos, inclusive as crianças, a concentração para o ato contou com a realização da Oficina “Batucada Mulheres Sem Medo”.

“As mulheres estão firmes na luta”

O APUBHUFMG+ foi representado pela professora Maria Auxiliadora Pereira Figueiredo, suplente da diretoria executiva do sindicato. E também esteve presente a professora filiada Fabíola Martins Monção, que fez parte da organização da Marcha. No ato, a docente se juntou, como cantora, à bateria feminista.

Em sua fala no ato, a professora Maria Auxiliadora abordou como a cultura patriarcal e o machismo afetam as mulheres no ambiente de trabalho, inclusive na Universidade. Ela alertou para persistência da falta de paridade salarial entre os gêneros, que faz com que mulheres recebam uma remuneração menor do que os homens, mesmo quando executam as mesmas funções.

A docente do Instituto de Ciências Agrárias (ICA/UFMG) também chamou a atenção para a sobrecarga de trabalho imposta sobre as mulheres, uma vez que várias trabalhadoras enfrentam uma jornada dupla, desdobrando-se entre os afazeres profissionais e os cuidados com a casa e os filhos. Realidade esta que é acentuada em meio à pandemia, uma vez que, no trabalho remoto, a vida particular e a laboral passaram a coexistir no mesmo espaço físico.

“As mulheres estão firmes na luta por um Brasil sem machismo e sem racismo, contra a fome e por igualdade de direitos”, definiu a integrante da diretoria do APUBHUFMG+. A professora apontou que, neste ato, “mais uma vez, estamos gritando contra esse governo que retira direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, um governo que, com suas falas, promove pessoas machistas, racistas, homofóbicas e misóginas”.

Março é o mês de luta das mulheres. O movimento feminista celebra as suas conquistas, reafirma a sua potência e renova as forças para seguir na luta. Salve a luta e resistência das mulheres! Fora governo Bolsonaro!