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Banco Central mantém Taxa Selic em 13,75% pela sexta vez consecutiva

A queda de braço pela redução da alta dos juros no Brasil continua. Na última quarta-feira (03/05), o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Essa é a sexta vez consecutiva que a diretoria do órgão optou por manter o índice, o maior desde dezembro de 2016.

No informe publicado após a reunião, o Comitê pediu “serenidade” e alegou que o país atravessa “cenários de risco” em relação à inflação. Na verdade, nem mesmo a flexibilidade do governo federal em relação às exigências do mercado financeiro, que se refletiu nas novas regras fiscais, foi o bastante para que o COPOM recuasse em sua autoridade monetária.

O argumento da inflação, contudo, é amplamente rechaçado por economistas, além de ser alvo de críticas do governo federal e de protestos de movimentos sindicais e populares. E não era para menos. A taxa elevada impede a retomada do crescimento econômico do país, causando retração no setor produtivo e um grande aperto para a população em geral.

Apesar da indignação, o anúncio não causou espanto. Devido à lei, promulgada na gestão bolsonarista, que desvinculou as decisões do BC das políticas de governo, o órgão segue livre para atender os interesses do “Mercado”. Embora a política econômica adotada pelo Banco Central entre em contradição com o projeto escolhido democraticamente pela população, os movimentos populares, centrais sindicais e sindicatos precisam continuar atentos ao descolamento da política monetária.

Devido à posição estratégica do Banco Central em relação à política monetária do país, a democratização da direção do órgão e a consonância de suas medidas em relação ao projeto econômico aprovado nas urnas precisam ser pautas de luta de toda a população.