Aumenta a Resistência!
Fonte: Pensar a Educação em pauta
O Ministro da Educação do (des)governo Bolsonaro está cada vez mais exposto a execração pública e ao ridículo. Dos representantes das fundações e movimentos do empresariado no campo da educação aos jornais mais tradicionais e aliados dos governos mais retrógrados, inclusive de Temer e Bolsonaro, aos dirigentes das universidades, os sindicatos e os movimentos sociais, todo mundo vem batendo sistematicamente no Ministro e apontando sua incompetência para o cargo que ocupa.
Depois do editorial do Estadão pedindo a cabeça do Ministro, em artigo publicado na Folha de São Paulo, os dirigentes do Todos pela Educação chegaram a dizer que “o ministro, Abraham Weintraub, ultrapassou os limites razoáveis, como não se viu antes” e que “o titular do MEC não possui liderança técnica, política ou gerencial. Weintraub foi o único a ganhar com tudo isso: de desconhecido passou a figura nacional”. E, figura nacional, não pelas suas qualidades!
Não bastasse isso, ao longo da semana foi intensamente noticiado que uma Comissão do Congresso identificou aquilo que todos já sabiam: que enquanto o Ministro destila ódio contra as escolas públicas, as universidades federais e os professores, os principais projetos de sua pasta continuam parados. A inoperância do ministro é equivalente, pelo que constatou a Comissão, à sua compulsão por emitir juízos eivados de preconceitos e reconhecidamente falsos.
Os dirigentes das universidades, além das tradicionais notas de repúdio aos atos espúrios do Ministro bolsonarista, prometeram interpelá-lo judicialmente a propósito de suas declarações. O mesmo já foi feito pelo menos por um sindicato docente de abrangência nacional cobrando “que o responsável pelo MEC apresente explicações e informações sobre as declarações que proferiu contra as Universidades Federais”. Mas os movimentos e frentes de defesa da educação, dos educadores, das educadoras e da democracia não miram apenas o MEC e os descalabros da política federal para a educação pública. Eles dirigem suas forças, em boa parte dos estados brasileiros, também contra os dirigentes estaduais. No Rio Grande do Sul, a greve dos(as) trabalhadores(as) da educação básica já chega a duas semanas, com forte apoio da população e de outros movimentos sociais. Movimentos grevistas da educação aparecem em várias outras partes do Brasil.
Em outros estados, como Minas Gerais, mesmo não estando em greve, os sindicatos dos professores e das professoras são as principais forças a organizar Frentes de Defesa da Educação. Neste estado, “A FRENTE EM DEFESA DA EDUCAÇÃO, DAS EDUCADORAS E EDUCADORES, E DA DEMOCRACIA reunirá pessoas de diferentes pensamentos e crenças, que sejam capazes de convivência e compartilhamento solidário, de luta, realizando e promovendo ações e debates sobre questões relevantes da pauta nacional, nas ruas, nas escolas, nas universidades, nas igrejas e em todos os espaços da sociedade, sempre em defesa da escola democrática e participativa.” Muitos dirão que estas ações não atingem o governo e que é confortável a situação do Ministro e dos Governos Estaduais que militam contra a educação. Tais avaliações, no entanto, parecem não considerar a forte presença e a importância da escola pública nas comunidades de todo o Brasil, mesmo em tempos em que se cultiva um forte obscurantismo. É justamente destas lutas, da presença e da grande capilaridade da escola e de seus profissionais no território brasileiro que vem um sopro de esperança neste momento tão sombrio pelo qual passa o país.