Acontece no APUBH

NADi/APUBH promoveu a 2ª Roda de Conversa “Tudo certo como 2 e 2 são 5”, no dia 18/06

Assista, no canal do APUBH UFMG+, o vídeo do compilado de lives realizadas pelo NADi ao longo do 2º semestre de 2020.

No dia 18 de junho, o Núcleo de Acolhimento e Diálogo do APUBH realizou a 2 edição da Roda de Conversa “Tudo certo como 2 e 2 são 5”. O núcleo propôs a criação desse espaço coletivo de conversa para a discussão de pautas importantes, como foi o tema dessa roda de conversa: Sofrimento Docente, o agravo na pandemia.  Durante a roda de conversa foi utilizado o vídeo do compilado de lives realizadas pelo NADi ao longo do 2º semestre de 2020.  Na roda de conversa foram levantadas problemáticas relacionadas ao ser docente em tempos de Ensino Remoto Emergencial (ERE):

A pandemia do novo coronavírus impôs o necessário isolamento social e a reconfiguração das metodologias de trabalho a toda categoria docente, ao mesmo tempo em que todos lidavam com o medo da pandemia, ainda deviam reconfigurar seu fazer laboral. Essa imposição abrupta aconteceu sem o devido suporte técnico da Universidade, que culminou em elevado desgaste e mal-estar às professoras e aos professores.

A nova configuração de ERE impôs elevadas cargas de trabalho em frente as telas de computadores, gerando estafa e uma impossibilidade de adequação ergonômica. Além disso, os recursos foram custeados pelos e pelas próprias docentes, como os próprios computadores, mobiliário e internet de melhor qualidade.

Os professores e professoras são a linha de frente no ERE, os depositários das angústias dos discentes. São os e as docentes que lidam diretamente com as demandas e impossibilidades de cada aluno e aluna, já que os estudantes também sofrem com a imposição do isolamento e necessidade de acompanhamento das atividades via internet. Há uma sensação de impotência, ao mesmo tempo em que todos lidam com a pandemia, com as incertezas e medos, lidam com as dificuldades do acesso ao ensino remoto.

A necessidade de flexibilizações de horários, cronogramas e métodos avaliativos fazem emergir questões relacionadas à qualidade do ensino. Docentes problematizam e sofrem com a (im)possibilidade de garantir a qualidade do ensino na modalidade ERE, bem como, sustentar o tripé: ensino, pesquisa e extensão.

O trabalho é, além de categoria fundante do ser social, fundamental para saúde, sociabilidade e identidade individual e social. Na medida em que há a fragilização dos modos laborais, há também uma degradação e fragilização da saúde de cada trabalhador e trabalhadora, que sofre, se angustia e adoece em contextos precarizados. Contextos que incentivam a competividade e a produtividade exacerbada. Qualquer manifestação de sofrimento é sinal de fracasso, o que resulta em um silenciamento do sofrer do e da docente.

Portanto, é preciso explicitar esse sofrer, pensar e questionar as estruturas causadoras do mal-estar.  Ainda paira a incerteza da retomada efetiva das atividades cotidianas e acadêmicas. O NADi se propõe a ser espaço de diálogo e acolhida de docentes e propostas. Venha participar conosco. É preciso continuar debatendo essa e tantas outras temáticas.

O vídeo produzido pelo NADi é de livre acesso e pode ser utilizado como ferramenta para discussão da temática em diversos espaços, com devidos créditos. Acesse pelo link: https://youtu.be/qpI9ToMm7Mo