Último dia de debates da IV Semana Negra do APUBH
No último sábado, dia 19 de novembro, aconteceu o último dia da IV Semana Negra do APUBH. Na programação do fim de semana estavam presentes a técnica-administrativa em educação da FAFICH, Magna Cristina, o ex-pró-reitor de políticas afirmativas da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Ronaldo Crispim (via plataforma Streamyard), e o docente da Faculdade de Educação (FaE/UFMG), Rodrigo Ednilson, além do discente da Faculdade de Medicina, Marcos Vinícius. A responsável pela mediação foi a professora Sirleine Brandão, integrante do Conselho de Representantes da Faculdade de Educação e da Comissão Organizadora da IV Semana Negra do APUBH. O o tema abordado tratou dos desafios e perspectivas de ser uma pessoa negra na universidade.
Quem abriu a discussão foi a servidora Magna Cristina ao contar sobre sua experiência de ser uma pessoa negra, desde sua entrada na Universidade, na qual ocupou espaços diversos e teve papéis de extrema importância para levar sua ancestralidade aos ambientes em que transitou. Os diversos setores pelos quais a auxiliar administrativa integrou na universidade, passou a fazer parte da sua história e sua presença é reconhecida com o valor que lhe é devido.
Em seguida, o estudante de Medicina da UFMG, Marcos Vinícius, tomou voz para narrar sua trajetória de estudante preto dentro do ambiente da universidade. Valorizando as políticas públicas que possibilitaram a abertura de portas para que pretos e pardos entrem na universidade pública, o estudante falou sobre os espaços que ocupou e ocupa, e sobre como suas impressões da realidade mudaram, por meio das políticas públicas, sua experiência de estudante negro.
Após o relato do discente, o professor Rodrigo Ednilson usou seu espaço na mesa para fazer uma apresentação sobre a comissão complementar à autodeclaração étnico racial da UFMG. Trazendo dados sobre o quadro de evolução de estudantes matriculados na Universidade por cor/raça, o professor destacou o papel das políticas afirmativas na representação de alunos e docentes não-brancos nos espaços da comunidade acadêmica.
O último a compor a mesa foi Ronaldo Crispim da UFRB. O ex-pró-reitor destacou a ausência de negros e negras em cursos de alta demanda, ainda com a política de cotas em vigência, além dos desafios e das questões de permanência que permeiam essa discussão. Em seguida, a professora Analise da Silva, vice-presidenta do Sindicato, procedeu a apresentação da última mesa do evento na manhã de sábado.
A professora e vice-presidente do sindicato destacou o dever de ser antirracista dentro da sociedade. Estavam presentes Waldirene Meira, funcionária do APUBH, Alan Delane, técnico-administrativo da UFMG, Larissa Oliveira, discente de graduação em Artes Visuais, Sebastião Lira, docente aposentado do ICEX. Após as falas dos convidados, a professora chamou Daniele Reis, da PRAE/UFMG, para apresentação da 5ª edição do Novembro Negro UFMG.
A última mesa do dia e que finalizou a IV Semana Negra do APUBH debateu sobre o valor simbólico de palavras e expressões que usamos no dia a dia e que conotam racismo, propondo uma reflexão sobre como alterar os vícios da nossa linguagem. A conversa contou com a presença da comissão organizadora do evento.
Após os debates, ocorreu a confraternização cultural ao som do violão de Vinícius Lúcio Duval. A transmissão completa dos três dias do evento está disponível no canal do APUBH no YouTube.