Quinta live do APUBH aborda a questão de atividades acadêmicas remotas na UFMG
Discussão contou com a participação de representantes do Sindifes, APG e DCE
O APUBH UFMG+ realizou no dia 17 de junho, a sua quinta Live nesses tempos de quarentena, intitulada “Isolamento social e atividades remotas na UFMG: uma visão dos movimentos sociais”. O objetivo era de discutir a situação da universidade no contexto da pandemia de Covid-19, num diálogo entre os setores da comunidade da UFMG, abordando a possibilidade de retomada do calendário acadêmico com a realização de atividades remotas. ParticiparamMarisaBarbato, professora da Faculdade de Direito da UFMG e vice-presidenta do APUBH, Cristina Del Papa, coordenadora-geral do Sindifes, Mariana Castro, da Associação de Pós-Graduandos da UFMG (APG) e Luiza Datas e ThomásCarrieri, do DCE-UFMG. A live pode ser conferida na íntegra neste link.
“A volta é inevitável, mas precisamos ser cautelosos”
Iniciando a discussão, Luiza Datas apresentou uma série de estatísticas que influenciam na tomada da decisão final, como percentual de alunos com acesso às tecnologias necessárias para o ensino remoto, efetividade dessa modalidade no ensino básico e de sofrimento mental durante a pandemia. O outro representante do DCE, ThomásCarrieri, atentou para as brechas que as atividades remotas podem abrir rumo a uma precarização do ensino superior público e de qualidade. Segundo Luiza, é necessário a preocupação com a permanência estudantil. “O processo é complicado e deve ser construído em diálogo com docentes e discentes”, pontuou.
Abordando a questão da pós-graduação, Mariana Castro ressaltou a produção científica da UFMG na luta contra a Covid-19, atuando fortemente na linha de frente e pesquisas sobre o novo coronavírus. Ela elencou diversas demandas na APG, como medidas protetivas aos estudantes de pós-graduação nesse período, e enfatizou que o diálogo é a melhor solução neste momento,entre docentes, discentes e a UFMG.
Representando o APUBH, a professora Marisa esclareceu o ponto de vista do sindicato, que repudia qualquer retorno a atividades presenciais por colocar as vidas da comunidade acadêmica em risco e ressaltou o abaixo-assinado dos professores da UFMG que foi entregue ao prefeitode BH, Alexandre Kalil. Sobre a possibilidade do ensino remoto, seria um “novo normal” emergencial para tentar mitigar os efeitos da pandemia na educação, mas que precisa levar em conta a situação dos professores, como pouco domínio da tecnologia, questões familiares e sobrecarga de trabalho com a pesquisa e extensão. Mas ressaltou: “os professores da UFMG são contra qualquer trabalho remoto que venha para ficar”.
Por fim, Cristina Del Papa ressaltou a atuação sindical nessa pandemia, que segue lutando em prol das pautas da educação e do serviço público. Cristina pontuou que o trabalho remoto necessita de maior discussão, pois pode prejudicar o trabalhador em benefício do empregador, precarizando ainda mais as relações de trabalho. Ela frisou que os servidores TAE passam pelas mesmas dificuldades da categoria docente e discente, com um trabalho remoto que ainda não foi bem estruturado. “Nós, técnicos-administrativos, já estamos trabalhando, em casos muito mais, e mantendo a universidade ativa nesse momento”, finalizou.