Professores da UFMG aprovam greve no dia 14/06 e paralisação no dia 30/05
Categoria reforçou o compromisso de luta em defesa Universidade e contra a Reforma da Previdência
Foi realizada na manhã desta sexta-feira, 24/05, na praça de Serviços do Campus Pampulha da UFMG, a 7ª assembleia convocada pela gestão 2018 – 2020 do APUBH. Com a presença de 128 professores, foi aprovada por unanimidade a adesão do sindicato à greve geral nacional do dia 14/06 e à paralisação do dia 30 de maio.
Informes
Nos dias que antecederam a assembleia, unidades acadêmicas como Faculdade de Educação, Colégio Técnico, Escola de Enfermagem, Escola de Ciência da Informação, Faculdade de Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), Escola de Arquitetura, Instituto de Geociências realizaram reuniões para análise de conjuntura, efeitos da mobilização do dia 15 de maio, discussão de estratégias para defesa da universidade pública e derrubada da reforma da previdência. As demais unidades ainda realizarão reuniões.
A adesão à paralisação do dia de 30 de maio, à greve geral do dia 14 de junho e a necessidade de dialogar com a sociedade a fim de conferir visibilidade às ações da universidade e mostrar a relevância do trabalho desenvolvido foram pontos consensuais nos relatos feitos pelas unidades. A avaliação é de que não é momento para retroceder e sim de reforçar a luta.
Nos informes da diretoria, o professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e diretor de Ações Coletivas e Movimentos Sociais do APUBH, Leonardo Avritzer, falou sobre do Observatório do Conhecimento, “uma articulação de associações docentes que tem o objetivo de agregar um conjunto de universidades, de atividades de defesa do ensino público, da ciência e da tecnologia”, explicou o professor.
Avritzer informou ainda que o APUBH participou, em Brasília, de uma reunião do Observatório junto com 14 outras associações e a avaliação é de que o observatório “neste momento, consegue ser uma forma muito mais ampla de visualização e articulação das pautas de ciência, tecnologia e universidade pública”. O site para defesa das iniciativas das universidades federais de ciência e tecnologia já tem 1 milhão de visualizações e destacam-se também as ações de subsídio de comunicação do observatório que prontamente tem articulado notas e comunicados à imprensa em reação aos ataques do governo federal. “O plano geral é de juntar forças para além das forças existentes que estão muito descoordenadas e frequentemente fragmentadas para uma ação mais efetiva de defesa das universidades públicas nas ruas, na esfera pública, nas redes sociais e no parlamento”, disse Avritzer.
A defesa da UFMG tem sido feita em articulação com estudantes e servidores técnico-administrativos e, por isso, Anna Carolina Leal, diretora do Diretório Central dos Estudantes falou sobre a articulação para o dia 30/05 e apresentou a proposta de cronograma para a paralisação. No mesmo horário da assembleia dos professores, o Sindifes realizou assembleia com seus filiados.
Análise de Conjuntura
O professor da FAFICH, Juarez Rocha Guimarães falou sobre a reunião preparatória da assembleia realizada na última segunda-feira, na sede do Sindicato em que se abordou a evolução da luta em relação à conjuntura e o impacto do movimento do dia 15 de maio sobre o governo Bolsonaro. De acordo com Juarez, há três desafios no momento: o pedagógico de construir a percepção no nosso movimento da importância da educação pública. O desafio da unidade ressaltando que é necessário conclamar os sindicatos e as classes trabalhadoras a defender a universidade pública. E o terceiro é a constatação de que “convocamos um ato contra os cortes, mas ele virou alguma coisa maior do que isso, virou um movimento democrático em defesa da universidade pública e da educação pública no Brasil. Isto é, nós conseguimos acender a esperança de novo na possibilidade de reconstruir o Brasil”, afirmou.
Hélder Figueiredo e Paula, professor do Colégio Técnico e 2º vice-presidente do APUBH, apontou a necessidade de se fazer o movimento docente mais forte ressaltando que toda luta demanda um salto organizativo. Assim, apresentou a proposta de montagem de uma comissão composta por representantes das unidades acadêmicas da UFMG e do Campus Alto Paraopeba da UFSJ para que junto com a diretoria do sindicato articule as ações da luta em defesa da universidade. Durante o regime de votação, a proposta foi aprovada pela assembleia.
O reconhecimento de que a luta será longa foi feito pelo professor da Faculdade de Educação, Luciano Mendes. Ele falou ainda sobre a centralidade da comunicação nesta luta como ferramenta estratégica para promover e divulgar a pesquisa e a qualidade do ensino e da extensão da universidade pública.
Deliberações
Os professores votaram unanimidade pela adesão à paralisação do dia 30 de maio e à greve geral do dia 14 de junho. Outros pontos aprovados foram:
– Ação de panfletagem durante a Mostra das Profissões da UFMG no dia 25 de maio com distribuição de panfletos com informações sobre a universidade pública e a reforma da Previdência;
– Criação da comissão de mobilização para articulação das atividades de luta;
– Inclusão na pauta de luta da saída do atual ministro da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub;
– Referendou a adesão do APUBH ao Observatório do Conhecimento;
– Articulação da iniciativa de professores e o APUBH para produção de material para divulgação da pesquisa na UFMG. O sindicato já tem um projeto em andamento.
O cronograma das reuniões das comissões e das atividades dos dias 30/05 e 14 de junho serão divulgadas em breve no site do APUBH e em suas rede sociais.