Novos cortes afetam a UFMG
Parece notícia velha, mas não é. Mais uma vez, o atual governo federal, que em momento algum demonstrou ser uma autoridade governante responsável, mais uma vez se portou como um inimigo declarado da população do Brasil, da educação e da ciência gratuita, pública e de qualidade social que nossas Universidades Federais e Institutos Federais proporcionam à sociedade brasileira. Promoveu mais um massivo corte que afetará diretamente o orçamento da Universidade Federal de Minas Gerais.
Foi um mandato inteiro de desinvestimento criminoso em educação. Em 2019, realizamos as manifestações que entraram para a história como tsunami da Educação, em que lotamos as ruas de Belo Horizonte e de todo o país contra os cortes promovidos, quando o ministro da educação ainda era Abraham Weintraub, que já era o segundo ministro nesta pasta do governo Bolsonaro. De lá para cá, já foram mais três ministros da educação e todos com o mesmo mote, juntamente com o ministro da Economia e o Congresso Nacional: cortes com montantes gigantescos do investimento público na educação em geral e nas universidades, para desacreditar e desestabilizar as Universidades Públicas.
O ataque atual impacta diretamente toda a UFMG, com um corte de mais de R$ 32 milhões de reais em orçamento discricionário, orçamento que é utilizado para o funcionamento da Universidade, obras, contratação de terceirizados, contratação de serviços e assistência estudantil. Este corte afeta, diretamente, o funcionamento prático da Universidade. Como os estudantes conseguirão se manter em suas graduações com o custo de vida cada vez maior e sem assistência estudantil? Como vai funcionar a UFMG com ainda menos pessoal terceirizado?
Em termos concretos o orçamento é quase 15% menor do que o de 2020, justamente o ano em que começou a maior pandemia da história da humanidade, que matou quase 700 mil brasileiros e mais de 61 mil pessoas em Minas Gerais. Foi o momento em que mais se evidenciou a importância da Universidade Pública e da produção de ciência pública, gratuita e de qualidade social, aos olhos de todo o mundo e de toda a sociedade civil. Foi a produção de vacinas em instituições públicas brasileiras e a distribuição dessas vacinas pelo Sistema Único de Saúde, que nos permitiu evitar uma catástrofe ainda maior.
Com os cortes atuais, o orçamento da Universidade volta a ser o mesmo que o de 2008, ou seja, é o orçamento de 14 anos atrás. Estamos, a olhos vistos, retrocedendo. O mesmo governo que voltou o Brasil ao mapa da fome, posto do qual tinha saído em 2014, que intensificou o desemprego e a informalidade no trabalho, que trouxe uma inflação ainda pior que a da década de 80, após a ditadura militar é o mesmo governo que quer desacreditar a educação pública, a ciência pública e, por conseguinte, a Universidade Pública..
O momento é muito crítico. A nossa luta é pela manutenção da existência da Universidade Pública. A todo momento, nos ferem de morte. Precisamos nos posicionar, agir, lutar por uma Universidade Pública, gratuita, de qualidade e acessível a todos e todas. A nossa luta é contra nossa extinção. Por isso, o APUBH convoca a todos e todas para uma assembleia geral no próximo dia 06/06 (segunda-feira) às 10h45 (primeira chamada) e 11h15 (segunda chamada) no auditório Carangola da FAFICH/ UFMG. Compareça! É sua presença ativa que dá força às nossas ações!
APUBHUFMG+ – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e Campus Ouro Branco/UFSJ – Gestão Travessias na Luta – 2020/2022