NOTA DOS TRÊS SETORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS SOBRE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES NO SEGUNDO TURNO
Derrotamos o governo Bolsonaro nas urnas e exigiremos que o resultado seja respeitado
Nós, da comunidade universitária da Universidade Federal de Minas Gerais, vimos por meio desta nota parabenizar a Coligação Brasil da Esperança, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil para os próximos 4 anos de mandato. Lula recebeu 60.345.999 votos, se tornando o candidato mais votado ao cargo de presidente na história do Brasil, corroborando o fato de que o pleito de 2022 fez valer a vontade popular.
E isso em meio a uma série de manobras e medidas por parte do outro candidato e de seus apoiadores para boicotar as eleições. Em primeiro lugar, o outro candidato, desde que assumiu o cargo de Presidente da República, se esforçou em espalhar notícias falsas sobre a idoneidade do nosso sistema eleitoral, sem nenhuma prova. Atacou as Instituições que garantem o bom funcionamento do Estado Democrático de Direito e, por várias vezes, fez ameaças diretas e veladas de golpe de Estado.
Nos últimos dias, uma série de crimes foi perpetrado pelo atual presidente e seus apoiadores. Em São Paulo, o candidato bolsonarista ao governo do estado montou um cenário para parecer um atentado à sua vida, que acabou no homicídio de um homem desarmado e que não apresentava risco a ninguém. No Rio de Janeiro, um líder partidário próximo ao governo Bolsonaro atirou por dezenas de vezes com fuzil e jogou granadas em policiais federais. Também em São Paulo, uma deputada federal eleita forjou uma agressão por parte de um homem negro desarmado e, descumprindo todas as premissas legais, o perseguiu com arma em punho e o rendeu até a chegada da polícia. E, no dia do segundo turno, centenas de operações ilegais da Polícia Rodoviária Federal tentaram impedir eleitores de chegarem a tempo de seu local de votação no Nordeste; o metrô de Belo Horizonte passou parte do dia sem fazer valer a legislação que garantia a gratuidade no dia do pleito; e, em todo Brasil, blitz policiais impediam o fluxo normal de veículos na tentativa de diminuir o número de votantes.
E mesmo com tudo isso e com o uso da máquina pública para tentar a reeleição, em que o Orçamento Secreto exerceu uma verdadeira tentativa de compra de votos, o governo Bolsonaro se tornou o primeiro da história da Nova República a não se reeleger.
O clima de terror e de guerra civil criado pelo governo Bolsonaro tem sua repercussão imediata, com caminhoneiros bolsonarista insuflados e financiados por grandes empresários e manifestantes golpistas fechando rodovias, com reivindicações de adoção de medidas inconstitucionais, em praticamente todos os estados da federação e clamando por uma intervenção militar. A mesma Polícia Rodoviária Federal, que com tanta veemência agiu para “garantir a legislação de trânsito brasileira” no dia do segundo turno, trata com displicência e lentidão o cumprimento da ordem para liberar as estradas. A demora do governo Bolsonaro em se posicionar sobre sua derrota no pleito criou ainda mais caos e especulação, reforçando aquilo que ele sempre foi: o Governo do Caos, o Governo da Discórdia, o Governo Da Morte.
É necessário que toda a sociedade civil se posicione pelo cumprimento do resultado das eleições e que Luiz Inácio Lula da Silva assuma a cadeira de presidente do Brasil. Nós, da Comunidade Universitária da Universidade Federal de Minas Gerais reconhecemos a idoneidade do processo eleitoral e permaneceremos mobilizados, como estivemos ao longo de todo o governo Bolsonaro, em defesa da democracia, de nossas Instituições e do Estado Democrático de Direito. Se assim for necessário, iremos, nas ruas, garantir que Lula tome posse no dia 01 de janeiro de 2023, e permaneceremos em luta pela retomada de todos os nossos direitos que foram tomados desde 2016.
Assinam
APUBHUFMG+
SINDIFES
DCE-UFMG
APG-UFMG
Grêmio Maria Nilde
Confira a nota em: nota-3-setores2