Nota de Repúdio aos atos que violam o direito de trabalhar e educar com dignidade
O Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco – APUBH, repudia as ações da Polícia Civil no Instituto Federal de Goiás, campus Águas Lindas, na manhã de segunda-feira, 15/04/19, bem como a posição da Direção da Unidade que autorizou essa intervenção policial.
Repudiamos a entrada da polícia em qualquer ambiente educacional, pois não há elementos que justifiquem a prisão de um profissional em seu ambiente de trabalho. Prestamos solidariedade à professora e representante sindical, Camila Marques, que vem sendo perseguida pelos gestores e colegas de seu Instituto Federal, tendo inclusive sua imagem difamada como doutrinadora. Avaliamos que isso se deve ao fato de Camila Marques ser defensora de uma educação democrática, pública, laica, gratuita, inclusiva, de qualidade social e que atenda aos interesses da comunidade em que está inserida, no caso, uma comunidade periférica e que há muito sofre com os excessos policiais.
O APUBH repudia também a atitude da Direção da Unidade que falou em defesa da ação da Polícia Civil em “palestra” para os alunos com a presença vigilante de policiais, o que denota a conivência entre as partes quanto à repressão à professora Camila Marques e à comunidade como um todo. Infelizmente o caso da professora não é o único. Recentemente, em Uberlândia-MG, o professor Gabriel Pimentel também foi preso por agir como educador em defesa dos direitos de seus estudantes. Não podemos aceitar a forma como a ação policial, em nome de um combate à violência, violenta nossos direitos de trabalhar e educar com liberdade e dignidade.
Repudiamos qualquer forma de constrangimento aos professores e cerceamento do pensamento e da pluralidade de ideias nas unidades de educação, sejam elas públicas ou privadas, sob gestão municipal, estadual ou federal.
Apoiamos todas as iniciativas de solidariedade entre membros da Comunidade Escolar, entidades, sindicatos, associações e coletivos em defesa do direito de ensinar, de aprender e de trabalhar com dignidade em uma sociedade democrática. Finalmente, somos contrários a qualquer ação que signifique retrocesso para as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras, dentre elas, a liberdade de cátedra.
Diretoria do APUBH
