Nota da Diretoria: Docentes da universidade pública e o mundo do trabalho
Não parece haver dúvidas de que nós docentes da universidade pública trabalhamos bastante: todos estamos envolvidos em uma dinâmica de trabalho que envolve diferentes combinações de atividades de ensino com atividades de pesquisa e orientação, extensão e administração. Esse envolvimento acontece porque parte significativa de nossa categoria tem vínculo de Dedicação Exclusiva com a universidade.
Tipicamente, o tempo que dedicamos ao trabalho extrapola as 40 h semanais, invade nossos períodos de férias e os fins de semana. Por lei, nossa categoria não precisa “bater ponto”, mas isso significa que não existem formas de controle externo sobre o nosso trabalho? Não existem metas de produtividade a nos pressionar, para além de nosso próprio envolvimento afetivo autêntico e pessoal com aquilo que fazemos na e para a universidade?
O fato de sermos assalariados e dependermos do nosso salário para viver dignamente e para nos dedicarmos adequadamente ao nosso trabalho faz de nós trabalhadores assalariados? Os docentes das Universidades públicas administram o seu ambiente de trabalho de forma Colegiada, inclusive participando da eleição do Reitor. Isso nos faz uma categoria diferente de trabalhador? E quanto às nossas outras condições de trabalho, isto é, os recursos necessários às atividades de ensino e pesquisa ou extensão: são conquistas individuais ou coletivas? A realização de greves e outras formas de luta política e econômica têm algum papel na conquista de nossos direitos trabalhistas?
Essas são perguntas e reflexões que a Diretoria do APUBH quer compartilhar com vocês, nossos colegas, neste 1º de Maio de 2020.
Diretoria do APUBH – Sindicato de Professores