Acontece no APUBH

Nota conjunta do APUBH e do SINDIFES em repúdio às ofensas do ministro Paulo Guedes aos servidores públicos

O SINDIFES, Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino, e o APUBH, Sindicato dos Professores de Universidade Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco, vêm a público repudiar veementemente a aviltante fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento no qual afirmou que “o servidor público é um parasita”.Este é mais um ataque do governo Bolsonaro aos servidores públicos que,desde o início de seu mandato,  tenta sistematicamente desqualificar e sucatear o serviço público e seus agentes: com acusações infundadas de balbúrdia e plantação de maconha em algumas Universidades Federais, com aproposta de MP que produz perda de autonomia na eleição do Reitor, com cortes e ameaças ao financiamento das Universidades com o programa Future-se, com a proibição de concursos,com a redução dos salários dos servidores.

Sua fala provocou enérgicas e amplas  reações vindas  de diferentes setores, sindicatos, associações, partidos políticos, grande imprensa e redes sociais. A recepção negativa de suadeclaração forçou o Ministro a “pedir desculpas”,

e adiar o envio para o Congresso Nacional da proposta de reforma administrativa. Tal recuo, ainda que momentâneo, sinaliza algumas questões importantes. A demonização do serviço público e seus agentes pretendida pelo governo não encontrou o respaldo. Ao contrário, foi denunciada como retórica usada em períodos nefastos da história por governos totalitários, com agressões e tentativas de se retirar direitos dos trabalhadores de setor público, que é essencial para nossa sociedade.

O recuo indica que o caminho é a mobilização por parte dos servidores públicos, na defesa do Estado, de seus agentes e de um serviçopúblico de qualidade.

No momento em que greves de servidores e funcionários de setores essenciais como petroleiros, professores de escola básica emergem, cabe-nos intensificar nossas lutas na defesa não apenas dos direitos do servidor, mas também do Estado, buscando fazer frente ao projeto de extrema direita neoliberal.

A nova reforma do governo de Bolsonaro e Guedes iráprecarizar os serviços públicos já prejudicados com o número reduzido e com a proibição de novos concursos, e terá impacto direto na qualidade dos serviços prestados à população. O número de servidores públicos no Brasil é deapenas 1,6%da população, número muito pequeno quando comparado, por exemplo, com países da OCDE, que contam de 6%a 30 % de suas populações trabalhando no serviço público. Sem um serviço público forte, com direitos conquistados com muita luta, quem mais perde é a população, que perderá acesso, por exemplo, a uma Educação e Saúde de qualidade.

O compromisso de Bolsonaro, Weintraub e Guedes é com o capital, não com os trabalhadores e muito menos com os docentes, técnicos, e técnicos administrativos federais.

Não aceitamos ofensas de Guedes. Não aceitamos a reforma administrativa e redução do salário em tempos de crise.

Nossa resposta ao governo será a mobilização.

 

Sindicato dos Professores de Universidade Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco – APUBH UFMG+

Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino – SINDIFES