Acontece no APUBH

Lançado o Comitê UFMG em defesa da Universidade Pública, Gratuita e Democrática

Em cerimônia realizada no auditório da Reitoria da UFMG, foi oficialmente lançado, ontem, 05/12, o Comitê UFMG em Defesa da Democracia. Presidida pela reitora da UFMG, professora Sandra Goulart, a mesa de abertura contou ainda com a presidenta da APUBH, professora Maria Stella Goulart, a coordenadora do Sindifes, Neide Dantas, e o presidente do DCE/UFMG, Gabriel Lopo.

“Estamos nos reconhecendo de modo diferente no ativismo. E falamos a partir de outro lugar: somos uma frente de resistência, luta e construção. Somos a expectativa e o desejo radical de existência plena, como cidadãos, cidadãs plenos e pessoas que têm o direito de viver sem temer, nutridos da potência que a UFMG representa e que é fruto de nosso trabalho”. Com essa fala, a presidenta da APUBH, Maria Stella Goulart ressaltou a relevância do Comitê.

Falando sobre importância da articulação entre os segmentos da universidade na luta em sua defesa, a presidenta ressaltou os desafios que se apresentam no contexto político atual e o futuro que se aproxima, diante dos “descalabros que já se configuraram e os que se anunciam, numa inusitada política de produção de incerteza e de violência que se configura na subtração de nossos direitos trabalhistas, sociais, humanos e políticos”.

A coordenadora do Sindifes, Neide Dantas, ressaltou que “o maior desafio é convencer a comunidade universitária da necessidade de resistir”. Para ela, é fundamental deixar a “zona de conforto” e partir para a ação. “Entender que 2019 é um ano desafiante demais para ficarmos somente na zona de conforto”, disse ao mencionar as dificuldades e os retrocessos atuais no campos dos direitos sociais, trabalhistas e na educação pública.

Dantas encerrou sua fala rememorando um poema de Carlos Drummond de Andrade: “vamos juntos de mãos dadas, ninguém solta a mão de ninguém. Eu acho que esse tem que ser o mote: vamos nos proteger, mas vencendo o medo e a perplexidade e de mãos dadas”.

Gabriel Lopo, coordenador do DCE/UFMG falou sobre a importância da luta e da resistência contra a política econômica, cujas conseqüências têm sido a perda dos direitos trabalhistas, o retrocesso nas políticas sociais, maior endividamento do país e da população, o aumento da fome, falta de investimentos na educação pública.

UFMG

Na abertura da cerimônia, a Reitora da UFMG, professora Sandra Goulart destacou a criação do Comitê como um marco e uma primeira reflexão sobre a importância e o papel da universidade pública. Reflexão que se realizada no contexto do chamado feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior  (Andifes), Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos  em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) para a adesão ao Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, ontem, 05 de dezembro. Goulart comentou a proposta das entidades envolvidas (UFMG, Sindifes, APUBH e DCE ) com o Comitê, de funcionar como um fórum de reflexão continuada.

A reitora falou ainda sobre a sua participação, como representante da Andifes, em uma reunião de trabalho na Universidade de Córdoba, nos dias 03 e 4 de dezembro. E destacou que, no encontro, os participantes reforçaram “nossa crença inabalável no papel da Educação Superior como instrumento para combater a desigualdade, a injustiça social, a violência física e simbólica tão marcantes em nosso continente”.

Outro ponto destacado pela reitora foram as dificuldades de se dirigir às instituições federais de ensino nos últimos anos, por causa dos ataques sofridos, especialmente, contra a sua autonomia de gestão e financeira, aos direitos dos servidores, contra a liberdade de cátedra, e a perda de recursos financeiros.

 

Frente Mineira

No dia 10 de dezembro, dia Internacional dos Direitos Humanos, será lançada a Frente Mineira em Defesa da Democracia e da Educação, no auditório da Faculdade de Direito da UFMG às 18h30. A Apubh, conforme decisão da assembleia de 23 de outubro, tem se empenhado na sua organização juntamente com outras entidades e sindicatos mineiros.