Justiça por Moïse! Basta de racismo, xenofobia e precarização do trabalho
O APUBHUFMG+ se solidariza com os familiares e os amigos de Moïse Mugenyi Kabagambe, brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro. O refugiado congolês foi espancado até a morte, após cobrar a remuneração pelos trabalhos que havia prestado, como relatam a família de Moïse e as testemunhas do crime.
No último sábado (05/02), milhares de pessoas ocuparam as ruas para denunciar o caso e cobrar justiça por Moïse. Os atos, organizados por movimentos populares, foram realizados em frente ao local do crime – o quiosque Tropicália, na cidade do Rio de Janeiro/RJ – e também em várias cidades do país, inclusive em Belo Horizonte.
Moïse nasceu no Congo, mas precisou deixar o seu país ainda criança, junto com sua família, para fugir das guerras. É mais um triste exemplo do drama dos refugiados, que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.
No Brasil, Moïse sentiu na pele a violência estrutural enraizada em nosso país. Violência que se manifesta no preconceito racial e contra a população de baixa renda. O preconceito também se mostra no ódio contra estrangeiros, vivenciado por pessoas que, como ele, foram privados do direito de viver em seus países de origem.
Paralelo a isso, o Brasil, país escolhido pela família de Moïse Mugenyi Kabagambe para nele viver, sofre com a contínua política de precarização do trabalho, que expõe trabalhadoras e trabalhadores a condições de debilidade e sem a garantia do cumprimento de direitos básicos. Embora não seja novidade em nossa história, estas questões vêm sendo aprofundadas, nos últimos anos, devido ao avanço do ultraliberalismo no país.
Não podemos e não devemos permitir que esse caso seja esquecido. Os culpados por esse crime precisam ser identificados e julgados. Assim como as raízes destes problemas precisam ser conhecidas pela sociedade e por ela combatidas.
O Brasil precisa dar um basta no preconceito, em suas diferentes formas, e na precarização das condições de trabalho. Não deve cessar a luta em defesa das parcelas marginalizadas da sociedade e contra os retrocessos impostos pelo neoliberalismo. E, sobretudo, a luta em defesa da vida.
Justiça por Moïse! Vidas negras importam! Imigrantes importam!