Em Live do SindUTE/MG e da CUT Minas, o APUBH denunciou a política genocida do Governo Bolsonaro
Debate online integrou o dia nacional de mobilizações em defesa da vida, a favor da vacinação, do auxílio emergencial e contra a Reforma Administrativa
Na noite da última quarta-feira (24/03), o APUBH UFMG+ marcou presença na live “Lockdown – Em defesa da vida e dos direitos”, promovida pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE/MG) e pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT Minas). Representantes de mais dez entidades e dois parlamentares participaram do debate online, que integrou o dia nacional de mobilizações em defesa da vida, a favor da vacinação, do auxílio emergencial e contra a Reforma Administrativa. Assista à live na integra, na página do SindUTE/MG no Facebook: https://bit.ly/3lRBoci
A professora Maria Rosaria Barbato, presidenta do APUBH UFMG+, representou o sindicato na live. O debate contou com a participação da professora Analise da Silva, 1ª vice-presidente do APUBH e coordenadora do Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais (FEPEMG). A mediação foi realizada pela coordenadora-geral do SindUTE/MG,Denise Romano.
Na abertura do debate, a coordenadora-geral do SindUTE/MG lembrou que “há um ano, nós enfrentamos essa pandemia, sem vacinas e sem condições”. Ela reforçou a importância da realização desse encontro, neste momento em que o Brasil sofre com o colapso do sistema de Saúde,recordes dos casos de contágio e a triste marca de mais de 300 mil óbitos pela Covid-19.Denise Romano também apontou a importância da implementação nacional do lockdown, para “impedir o descontrole total em que nós nos encontramos, por conta da política genocida que estamos enfrentando”.
A mesa virtual do debate foi composta ainda por: Jairo Nogueira, Presidente da CUT/MG; Beatriz Cerqueira, deputada estadual e presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG; Rogério Correia, deputado federal, Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas e da CTB-MG; Robson Silva, presidente do SINTECT-MG; Ramon Peres, presidente do SEEB-BH; Israel Arimar, presidente do SINDIBEL; Anselmo Braga,diretor do SINDIPETRO-MG; Jefferson Silva, coordenador-geral do SINDIELETRO-MG; Rosane Cordeiro,diretora executiva do SINDADOS-MG; Romeu José Machado Neto, presidente do SIDIMETRO-MG; e Eduardo Pereira,presidente do SINDÁGUA/MG.
Defesa do funcionalismo público e do serviço prestado à população
Em sua fala, a presidenta do APUBH UFMG+ alertou que, enquanto o país vem registrando recordes no número diário de mortes, o presidente mantém a sua postura negacionista, que inclui o menosprezo pela vacinação, o descrédito pela calamidade sanitária e a propaganda de um tratamento precoce sem comprovação científica. “Mais uma vez, nós estamos aqui para denunciar o Governo Bolsonaro, sem medo de censura, sem medo de dizer a verdade, que é um governo genocida. Já são 300 mil mortos pela pandemia aqui no Brasil”.
A professora Maria Rosaria criticou a necropolítica e o plano de destruição do Estado, que compõem o projeto de nação do atual governo federal, dos quais fazem parte a retirada de inúmeros direitos trabalhistas, as campanhas de privatizações e a entrega das riquezas naturais.De acordo com a professora, o governo promove ataques aos servidores públicos, através da proposta da Reforma Administrativa(PEC 32/2020), e, assim, prejudicará, mais uma vez, o serviço prestado à população. Na avaliação da professora, trata-se de uma reforma ideológica embasada em entidades de caráter privatista, como o Banco Mundial. “A PEC 32 serve à ideologia daqueles que acreditam que o Mercado seria capaz de dar respostas sociais, mesmo quando sabemos que o setor privado visa apenas o lucro e não atendimento universal das necessidades da sociedade”, definiu ela.
“Essa é mais uma proposta de austeridade daquelas que prometem salvar a economia brasileira. Foi essa a justificativa para a manutenção, mesmo em tempos de pandemia, da EC 95, que limita o teto de gastos importantes, como a saúde, a pesquisa e a educação, para o aprofundamento da reforma trabalhista e também no discurso de aprovação da reforma da Previdência. Longe de salvar qualquer brasileiro, essa reforma significa uma perda importante da qualidade de vida da população. Precisamos dizer isso porque a reforma não atinge apenas os servidores públicos, atinge toda a população”, explicou a presidenta do APUBH.
Defesa da vida e dos direitos humanos e sociais
A professora Analise da Silva explicou que o FEPEMG trabalha com a definição de que a educação tem a função social de “contribuir para que cada estudante construa a sua autonomia, para questionar, problematizar, tomar decisões e propor ações coletivas que sejam possíveis e que são tão necessárias para apresentar possibilidades de solução para os problemas de cada um, para os problemas das comunidades e para os problemas da sociedade em que cada um e cada uma de nós vivemos e trabalhamos”. Assim, o Fórum se empenha em alertar os gestores públicos para a impossibilidade de realizar este modelo em meio à pandemia, pois, como definiu a professora, “com fome, não se constrói esse tipo de educação”.
A coordenadora do FEPEMG condenou a política genocida do Governo Bolsonaro, marcada pelo aumento do desemprego e da inflação. E o mais grave, segundo a docente, é que este governo não possui projetos para dar à população condições de enfrentar a crise sanitária, humanitária e econômica que se instalou no país. Assim, para que as pessoas possam superar esse momento, ela defendeu a retomada do pagamento do Auxílio Emergencial, bem como a realização de ampla imunização da população. Ela reforçou a necessidade de que sejam garantidos todos os direitos constitucionais, fruto de muita luta. “Nós precisamos vencer a pandemia sanitária e vencer o pandemônio político”, ratificou.
A professora Analise da Silva aproveitou o momento para solicitar o preenchimento e divulgação da 2ª Edição da Consulta Pública, realizada pelo FEPEMG, sobre Retorno Presencial às aulas em Minas Gerais. (Clique aqui para acessar o formulário). Assim como na 1ª edição da consulta, a docente afirma que “nós precisamos responder aos governantes que a população de Minas Gerais quer vacina para todas as pessoas, quer Auxílio Emergencial de R$ 600 ou mais, quer que o retorno às aulas só aconteça quando tivermos imunização da população e, enfim, queremos que a defesa da vida e dos direitos humanos e sociais seja garantida”.