Em defesa da vida, mais de 50 entidades pressionam prefeito de BH contra a flexibilização
Reunião sobre o enfrentamento à pandemia da Covid-19 teve a presença do APUBH UFMG+
Movimentos sociais e sindicais, associações e autoridades de Saúde participaram, nesta terça-feira (07/07), de reunião com o prefeito Alexandre Kalil, na sede da prefeitura de Belo Horizonte. Ao todo, mais de 50 entidades apóiam as orientações do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 em Belo Horizonte, que recomenda que as medidas de restrição da circulação de pessoas pela cidade não sejam flexibilizadas neste momento. As medidas de distanciamento social e quarentena têm como objetivo conter a proliferação dos casos de contaminação pelo Novo Coronavírus, que poderiam resultar na sobrecarga do sistema de saúde e, por conseqüência, causar a perda de milhares de vidas. O encontro ocorreu obedecendo as medidas sanitárias necessárias.
Na ocasião, o Manifesto de apoio ao isolamento social e ao combate à covid19 em Belo Horizonte foi entregue ao prefeito. O documento foi lido por Carla Anunciatta, presidenta do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMS-BH). O Manifesto lista questões fundamentais para que a cidade possa superar a pandemia, como a necessidade de garantir à população, sobretudo as camadas mais vulneráveis socialmente, condições de superar com dignidade esse período;a obrigação de fornecer condições adequadas aos profissionais de Saúde, que estão diretamente envolvidos no enfrentamento à doença, e que, nas medidas a serem tomadas, o poder público se paute por evidências científicas e pelo respeito à vida humana.
Em sua fala, a vice-presidenta do APUBH UFMG+ Sindicato de Professores, professora Maria RosáriaBarbato, representou os professores, servidores públicos e trabalhadores da Educação. A professora alertou para a imprescindibilidade do isolamento para superar a pandemia, neste momento em que a população pode estar sentindo uma falsa sensação de segurança, devido à subnotificação de casos e circulação de informações falsas. Segundo ela, devemos nos pautar pelo conhecimento científico e pelo compromisso de defender a vida, e não pela falsa dicotomia entre saúde e economia, que privilegia esta última em prejuízo da vida.
“Não há economia sem vida. Por isso tudo, nós apoiamos firmemente o isolamento social, inclusive com medidas mais drásticas, como o lockdown, se for para solucionar definitivamente essa pandemia”, afirmou a vice-presidenta do Sindicato. “Não há riscos aceitáveis, quando se fala em vidas humanas”, pontuou.
Finalizando a reunião, o prefeito Alexandre Kalil assumiu o compromisso de não promover a reabertura da cidade, enquanto os dados não respaldarem tal decisão. Ele também garantiu a ajuda da prefeitura às populações carentes de Belo Horizonte. O prefeito anunciou ainda o cancelamento da reunião com os comerciantes e representantes de empresas da capital, que aconteceria nesta quarta-feira (08/07). De acordo com ele, não haveria necessidade para novas negociações com o setor, neste momento em que os dados atuais da Covid-19 não permitem a reabertura do comércio.