Avanço das variantes e necessidades de vacinação
Em um mundo imperialista, em que o neocolonialismo é parte constitutiva do atual estágio do capitalismo, para manter o bem estar social em parte do globo terrestre, nomeadamente Europa e América do Norte, sacrifica-se o sul global. Não existe conta, no capitalismo, que não resulte em zero. Para que o centro do mundo mantenha sua classe trabalhadora sob controle, o capitalismo espolia, ao limite, a África, a América Latina e mesmo parte da Ásia. E esta lógica político-econômica repercutiu na atual conjuntura de calamidade sanitária causada pela pandemia da Covid-19.
Foi na África do Sul, ao fim do ano passado, que surgiu a variante ômicron, principal preocupação do mundo hoje, em relação a pandemia. A oferta de vacinas, que em muitos países já se encontra na terceira dose para sua população, foi ínfima na periferia do mundo, a África. O resultado é que esta variante, apesar de aparentemente menos letal, está causando novas ondas de contaminação por todo o mundo. Belo Horizonte, por exemplo, voltou ao nível vermelho dos indicadores pandêmicos após seis meses. A variante ômicron já é dominante no Brasil, de acordo com dados da plataforma Our World in Data.
Apesar da incipiência dos estudos sobre a nova variante (mais uma vez uma prova clara de como o capitalismo trata de maneira leviana os problemas que surgem no sul global), está cada vez mais claro que o desastre não é tão grande pelo fato da vacinação ter avançado bastante em relação ao ano passado, à época de surgimento de outras variantes.
E o que o governo Bolsonaro está fazendo neste momento? Mais uma vez, a partir da mesma lógica de sua inerente necropolítica, dificultando a vacinação de crianças, espalhando notícias falsas, e travando a aprovação da necessidade de apresentação de passaporte vacinal. Se no último dia do ano passado, o presidente afirmou, em pronunciando em cadeia nacional de rádio e televisão, que “não apoiamos o passaporte vacinal nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar”, mais uma vez, em entrevista a uma rádio pernambucana no último dia 6, o presidente da República desrespeitou os pressupostos científicos ao afirmar que “a Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade”. Lamentável, Bolsonaro, é o fato de que sua necropolítica levou a morte de mais de 620 mil pessoas no Brasil.
Não há surpresas. O governo Bolsonaro é um governo de fome e morte. Nós, do APUBHUFMG+, concordando com a ciência e com a pesquisa pública e de qualidade social, consideramos estritamente necessário a consolidação do passaporte vacinal para a retomada das atividades presenciais em todas as instâncias e estritamente necessária a vacinação de todos que puderem se vacinar, de acordo com estas mesmas pesquisas. Fora, governo Bolsonaro!
APUBHUFMG+ – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e Campus Ouro Branco/UFSJ – Gestão Travessias na Luta – 2020/2022