Aulão Público: Impactos da EC95 na UFMG
O Teto de Gastos (EC 95/16) traz efeitos severos para as universidades federais, que podem ser sentidos na UFMG pelos três segmentos que a compõem: docentes, estudantes e técnico-administrativos. Esse foi o tema do Aulão Público: Impactos da Emenda 95 na UFMG, realizado na terça-feira (14/08), no Auditório 2 do ICB. O aulão foi uma iniciativa conjunta da APUBH, do SINDIFES e do movimento estudantil.
As falas foram iniciadas pela professora Ana Elisa Cruz Correa, da Diretoria Setorial de Ações Sindicais e Carreiras Docentes da APUBH. “O orçamento previsto para a Universidade, durante o governo Dilma, não consegue ser repassado à Universidade. Claro que isso é intimamente ligado à crise, mas também está intimamente ligado a formas de gestão política de Estado”, analisa a professora.
Outro resultado gerado pela falta de recursos, apontado pela professora, é a concorrência por bolsas e financiamentos de pesquisas, que aumentam a tensão do cotidiano de docentes e pesquisadores. Essa concorrência, além de danosa para o trabalho científico, como lembra Ana Elisa, pode contribuir para casos de adoecimento e sofrimento mental, que vem aumentando no meio acadêmico.
“A Emenda Constitucional 95 é o sequestro da Democracia, porque limitar o orçamento público, colocar um limite que não permite ampliar o orçamento, não dá margem de manobra para um governo eleito democraticamente fazer qualquer coisa”, alerta Marcelo Pereira, Coordenador de Comunicação do Sindifes. Pereira argumentou que o Teto de Gastos é que sustenta o Golpe de 2016, causando a ruptura do projeto social de Estado, que vinha sendo construído. Ele aponta que efeitos já podem ser sentidos na fragilização dos serviços públicos, além da busca por penalizar os servidores públicos.
A necessidade de articulação entre os diferentes segmentos foi um ponto levantado ao longo do debate. “Ao tentar promover atividades em conjunto, entre os três os três segmentos, a gente está no caminho certo: a gente precisa realmente se unificar”, reforçou o representante do Sindifes.
“Eu faço um convite para que a gente consiga consolidar o GT, que foi sugerido na Assembleia dos Professores, que é justamente para aprofundar esse raio-X da UFMG, do ensino público, para termos mais dados e, mais informações, para consolidar a nossa resistência com relação a essas questões e ampliar a articulação e mobilização entre as categorias”, apontou a professora Ana Elisa.