APUBHUFMG+ se solidariza com os gestores da UFMG, diante das tentativas de intimidação por parte dos organizadores da Stock Car BH
O APUBHUFMG vem a público manifestar o seu apoio aos gestores da UFMG, que vem sendo alvo de tentativas de intimidação por parte dos organizadores do empreendimento Stock Car em Belo Horizonte. A despeito dos supostos benefícios que a realização da corrida poderia trazer para a cidade, os prejuízos para a fauna, a flora e a população em geral podem ser ainda maiores. E agora, diante da reação por parte das empresas envolvidas nesse projeto, reafirma-se a necessidade da preservação da UFMG enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão. Ou seja, é evidente a constatação que o uso dos espaços no entorno do Campus da Pampulha para a realização das provas de Stock Car é inadequado, e dessa maneira a defesa da instituição pública deve sobrepor-se aos interesses privados.
Cabe lembrar que, desde o início dos cortes de árvores da Avenida Abrahão Caram e adjacências, a universidade tem se manifestado contra a realização do empreendimento na região do Campus. Essa mobilização ocorre em sintonia com entidades ambientais, membros da comunidade acadêmica, lideranças políticas do campo progressista e democrático, contando com a participação ativa do APUBHUFMG+.
Por tudo isso, o APUBHUFMG+ manifesta sua solidariedade aos gestores e a comunidade da UFMG diante das tentativas de intimidação. Mais uma vez, lutamos contra iniciativas neoliberais que, em sua sanha por lucros, não se importam em passar por cima da população e do meio ambiente. Assim, devemos fortalecer a resistência contra mais essa ameaça de retrocesso na cidade de Belo Horizonte. A realização do empreendimento Stock Car no entorno da UFMG deve ser interrompido, enquanto ainda há tempo. Stock Car na Pampulha, não!
Ações jurídicas e apoio parlamentar
Recentemente, a mobilização contra a realização do empreendimento Stock Car, no entorno do Campus Pampulha da UFMG, registrou novos e importantes capítulos. No dia 4 de junho, a Advocacia Geral da União (AGU) ingressou com uma ação civil pública, junto à Justiça Federal, atendendo à solicitação feita pela UFMG. A iniciativa se trata de um pedido de tutela de urgência para a suspenção das atividades de preparação para o evento.
O empreendimento também foi alvo, naquele mesmo dia, de uma outra ação civil pública, por parte do Ministério Público Federal (MPF). Neste caso, trata-se de pedido de tutela de urgência para que os organizadores do empreendimento comprovem que o evento atende à legislação municipal sobre ruídos, entre outras observações pertinentes. Ambas as ações demonstram, na prática, como o empreendimento automobilístico entra em conflito com as atividades da UFMG, sendo uma ameaça para o trabalho de ensino, pesquisa e extensão, assim como para a fauna e a flora presentes no Campus da Pampulha e seu entorno.
Na última segunda-feira (08/07), organizadores da Stock Car protocolaram, no MPF e no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), uma acusação contra a UFMG. De acordo com a denúncia, nos últimos 22 anos, a universidade teria realizado o corte de cinco mil árvores, sem a comprovação das devidas compensações ambientais e florestais. As supostas irregularidades foram amplamente noticiadas pela mídia burguesa. Algo que atesta a conivência deste segmento comercial para com os interesses de empreendimentos neoliberais, incluindo aqueles que podem prejudicar a população e o meio ambiente.
Em resposta, no dia seguinte (09/07), a UFMG usou suas redes sociais para desmentir as acusações. De acordo com o pronunciamento, a universidade, enquanto instituição pública, “cumpre com suas obrigações e tem forte compromisso social, então permanece à disposição para prestar os esclarecimentos sobre suas ações, sempre que solicitados pelas autoridades competentes”. Portanto, como bem pontuou a manifestação da universidade, a denúncia não passaria de ‘cortina de fumaça’. Acuados pela forte mobilização contra o empreendimento, os organizadores da Stock Car estariam tentando intimidar a administração da UFMG.
No entanto, como mencionado anteriormente, a universidade não está sozinha nessa mobilização. Além da mobilização contínua protagonizada por entidades ambientais e de membros da comunidade acadêmica, incluindo o APUBHUFMG+, o movimento também tem o apoio de parlamentares do campo progressista e democrático.
Na última quarta-feira (10/07), catorze deputadas e deputados estaduais protocolaram um requerimento, junto à Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para a formulação de manifestação de apoio à reitora da UFMG. Além disso, no mesmo dia, a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte aprovou uma indicação, em que solicita ao prefeito do município que reconsidere o local de realização da corrida.