APUBH UFMG+ participa da Semana do Servidor da UFMG
Sindicato também produziu vídeo para homenagear os servidores públicos.
Entre os dias 26 e 30 de outubro, o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco – APUBH UFMG+ participou de diversas atividades da Semana do Servidor da UFMG. Realizada anualmente, neste ano a Semana teve como tema “Vida e trabalho remoto em tempos de pandemia e de pós-pandemia: desafios e possibilidades”. Ao longo da semana, a presidenta do APUBH, professora Maria Rosaria Barbato, a professora Solange Cervinho Bicalho Godoy, 1ª suplente da Diretoria Executiva, e o professor Sebastião José Nascimento de Pádua, presidente do Conselho Fiscal, participaram como palestrantes do evento ou coordenaram webinars.
Confira a seguir a participação do APUBH:
26/10:Semana do servidor – mesa de abertura e relatos das experiências dos trabalhadores/gestores: https://www.youtube.com/watch?v=xb_3p4aWAe8&t=1615s
26/10: Relatos de experiências dos trabalhadores de trabalho remoto em tempo de pandemia: desafios e possibilidades, ações para superá-los e avaliação dos resultados: https://youtu.be/4DCYuSTwcfU
27/10: Relato das experiências visão dos trabalhadores de trabalho presencial e remoto em tempos de pandemia desafios e possibilidades, ações para superá-los e avaliação dos resultados na área de saúde: https://www.youtube.com/watch?v=TVixQ5FON_E
28/10:Trabalho remoto da UFMG: Novos tempos e tecnologias: https://www.youtube.com/watch?v=vUXu8BDiCb0
30/10: O futuro do trabalho remoto na UFMG e no Serviço Público Federal: https://www.youtube.com/watch?v=qRnjGwtUv3s
Abertura: momento de juntar forças para pensar a nova realidade
Na mesa de abertura da Semana do Servidor, a reitora da UFMG, professora Sandra Regina Goulart falou sobre os constantes ataques às universidades com corte orçamentário, mentiras e inverdades, ressaltando que “esse período da pandemia mostrou para a sociedade a importância da ciência, a importância da educação, a importância das universidades públicas”. De acordo com a reitora, “estudos realizados têm mostrado que durante essa pandemia as universidades são não apenas o repositório de pesquisa e de solução para os problemas, mas também, são espaços nos quais a população se vê representada e que confia na universidade”.
Em sua fala, a reitora Sandra Regina Goulart falou ainda que, nesta pandemia, a universidade nunca esteve parada e abordou as inúmeras e significativas ações desenvolvidas pela UFMG, desde a montagem do Comitê de Enfrentamento, passando pela implantação do Ensino Remoto Emergencial, até a pesquisa, a testagem e a prevenção ao novo coronavírus.
A presidenta do APUBH, professora Maria Rosaria Barbato representou o sindicato na mesa de abertura e disse que, como sindicato, o APUBH entendeu como fundamental participar dessa reflexão conjunta de todos os atores presentes no espaço acadêmico para melhor entendermos a realidade que estamos vivendo. “É importante trocar ideias, criarmos empatia, orientar ações educativas e formativas, cada vez mais humanizadas, e pensarmos juntos, buscando soluções para enfrentarmos os desafios do trabalho remoto, que são muitos”, falou.
O impacto da pandemia sobre a vida de todos também foi abordado pela professora Marisa, que enfatizou a situação de mulheres que têm sofrido com a solidão, a depressão, o afastamento dos afetos, de violência doméstica, de sobrecarga de trabalho, da inadequação e da produtividade. Ela lembrou ainda que o ensino remoto emergencial tem demandado dos professores e das professoras outras tarefas e habilidades para ministrar as aulas: conhecimento de informática, designer gráficos, youtubers, e acolhimento psicológico. Uma mudança significativa no fazer e ser do docente.
Presidenta do APUBH, professora Maria Rosaria Barbato destacou a importância da reflexão conjunta sobre os impactos da pandemia no trabalho docente.Apesar do esforço dos docentes, das docentes e da universidade para permanecerem ativos, a presidenta do APUBH, ressalta que os ataques não pararam. “A nossa existência e, sobretudo, a sobrevivência está continuamente colocada em xeque enquanto universidade pública, gratuita, de qualidade, inclusiva, autônoma. Isso tudo exigiu muito de nós: muito comprometimento, muita disposição, muito trabalho. Tudo isso como sindicato, nós temos clareza”, apontou. Dessa clareza do sindicato sobre o aumento do desgaste físico e emocional dos docentes e das docentes tanto pela mudança no regime do trabalho como pela luta em defesa da carreira e da universidade, e da consequente preocupação com a saúde e bem estar de seus filiados, nasceu o Núcleo de Acolhimento e Diálogo do APUBH (NADI APUBH). “Justamente com o objetivo de entender o sofrimento dos professores e de oferecer um espaço de acolhida, de escuta, de contraponto a essa grande solidão e ansiedade do momento em que estamos vivendo”, completou a professora.
NADI APUBH na Semana do Servidor
Na tarde do dia 26 de outubro, a psicóloga social especializada na área de saúde no trabalho e responsável pelo Núcleo de Acolhimento e Diálogo do APUBH dos professores e das professoras no APUBH, Laís Di Bella Castro Rabelo, participou do Webinar: Relatos de experiências dos trabalhadores de trabalho remoto em tempo de pandemia: desafios e possibilidades, ações para superá-los e avaliação dos resultados”. Dessa atividade participaram também os servidores técnico-administrativos Thales Valentim Assis, gestor do setor de informática do Departamento de Administração de Pessoal (DAP-UFMG), Lílian Domingues Santana, administradora da assessoria técnica do Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador da UFMG (DAST), a professora adjunta do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Jordana Coelho dos Reis e a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (SINDIFES), Cristina Del Papa.
Iniciando a sua apresentação, Laís Di Bella falou sobre os motivos para criação do NADI: “demandas de diálogo e acolhimento com a categoria docente diante da pandemia e da imposição do ensino remoto emergencial (ERE)”. O “real da atividade docente em tempos de ERE” foi o tema trabalhado pela psicóloga e visou apontar “não somente as coisas possíveis de serem vistas, medidas, mas também as atividades impedidas, aquelas que estão sendo frustradas e tudo que está por trás daquilo que é possível ser mensurado mas que não está dentro da rotina de trabalho da categoria docente”, explicou.
Laís Di Bella fez um alerta para o fato de que o ensino remoto emergencial tem trazido questões muito complicadas e que demandam um debate urgente. Ela informou que a escuta das professoras e dos professores, por meio de um questionário online ou sessão de acolhimento remoto, tem mostrado que atrás do discurso de eficiência nesse período de pandemia há muitos problemas, inclusive, com sintomas de adoecimento crescente. “A gente está contendo a pandemia de um vírus, por um lado, mas produzindo outros adoecimentos por outro”, disse.
Para corroborar essa afirmação, a psicóloga leu trechos de depoimentos de professoras e professores a respeito de seus sentimentos em relação ao ERE. Esses expressavam problemas com uso excessivo de tela, sobrecarga de trabalho, adoecimento, estafa, problemas de saúde mental, falta de condições materiais de trabalho em casa, ausência de reembolso de despesas com o ERE, desacordo com as diretrizes adotadas pela UFMG, entre outras questões. Os problemas para adaptação ao ERE e a falta de auxílio e orientação da universidade foram abordados também pela professora adjunta do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Jordana Coelho dos Reis, na apresentação que antecedeu à da psicóloga do APUBH.
As questões mencionadas apontam para a necessidade de se refletir sobre as condições em que se deu e se dá a implantação do ERE na universidade e os seus impactos sobre a categoria docente. “O que se percebe é um desconforto muito grande com essa lógica de eficiência”, ressaltou Laís. Essa afirmação de Laís foi um contraponto à fala do servidor do DAP que informou que a UFMG “trocou o pneu com o carro em movimento” ao falar da eficiência da universidade em adaptar-se à nova realidade de trabalho que foi imposta pela pandemia.
Outros problemas apontados pelos docentes são a pouca informação sobre a questão dos direitos autorais na plataforma da Microsoft e a o uso prolongado do notebook. “Como ergonomista, eu digo para vocês que qualquer trabalho em notebook, é impossível de ser ergonomicamente saudável”, alertou a responsável pelo NADI APUBH. De acordo com a Laís Di Bella, o uso excessivo do notebook em casa ocasionará problemas na cervical, no plexo braquial. Aliás, isso já acontece com alguns docentes. “A responsabilidade dessa situação ergonômica é do empregador”, explicou.
Na apresentação, Laís Di Bella abordou também a situação das mulheres que nessa pandemia estão sofrendo muito mais do que os homens. A constatação decorre do fato de que as mulheres estão tendo que lidar, a partir da divisão sexual do trabalho, com os filhos, com a casa, com a família e com o trabalho remoto. Nesse sentido, para a psicóloga, verifica-se que a produção científica das pesquisadoras docentes caiu muito nesse período.
As problemáticas referentes ao ensino em tempos de pandemia têm sido trabalhadas pelo NADI APUBH nas entrevistas realizadas às segundas-feiras de 12h às 12h30 no canal do sindicato no Youtube. Confira os temas já apresentados ao final desse texto.
O NADI APUBH funciona às segundas e quartas, de 9h às 18h, e também às sextas, de 9h às 13h. As denúncias, queixas, observações, sugestões e solicitações de acolhimento podem também serem encaminhadas diretamente através do nosso e-mail acolhimento@apubh.org.br e também pelo nosso WhatsApp: 31 99949-9135. O link da consulta é: https://apubh.org.br/acolhimento/
Entrevistas do Programa “Núcleo de Acolhimento e Diálogo do APUBH em tempos de ensino remoto emergencial convida” :
01) Quais as (im)possibilidades ergonômicas durante o trabalho remoto emergencial?: https://bit.ly/3iGmu6o
02) Sofrimento docente: um “antigo” normal? : https://bit.ly/2G0eTRR
03)Racismo estrutural e adoecimento docente em contexto acadêmico: https://bit.ly/2EWyi5S
04)Quais os caminhos têm sido traçados pelo DAST em relação à saúde docente? : https://bit.ly/2GKQO25
05) Saúde docente em tempos de ERE: entre a medida de controle epidemiológico e a quebra de bem estar. Uma noção a partir da Lei Orgânica da Saúde : https://bit.ly/2HeXFB8