APUBH inicia abaixo-assinado a favor da manutenção das medidas de quarentena e distanciamento social
Nós, Professoras e Professores da Universidade Federal de Minas Gerais, abaixo assinados, viemos a público defender a manutenção do distanciamento social, além das medidas sanitárias como lavagem de mãos e uso de máscaras caseiras e do reforço na distribuição de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde, como imprescindíveis para a contenção do avanço da pandemia do COVID-19 em nosso país. É possível que, diante das exigências do cotidiano e das incertezas do momento atual, muitas pessoas percebam o isolamento social como uma medida incômoda e sem sentido, no entanto, essa é a única forma, até o momento, capaz de evitar o colapso do sistema de saúde em nossa cidade e estado, impedindo a superlotação dos leitos hospitalares disponíveis. Declaramos que somos totalmente contra a flexibilização das medidas de distanciamento social e retomada das atividades econômicas neste momento, em função de estarmos em um estágio ascendente da curva de contágio e com um grande número de infectados e mortes (somente nas últimas 24 horas, foram 449 novos óbitos, oficialmente totalizando 5.511 desde o início da pandemia), o que nos coloca à frente da China em número de mortos, mesmo aquele país tendo uma população oito vezes maior que a nossa. Ademais, sabemos através de estudos conduzidos por universidades brasileiras e estrangeiras, que existe um grande número de subnotificações (a UFPEL estimou que, no Rio Grande do Sul, para cada caso notificado, existem 12 não notificados) e baixo número de testes (entre os 10 países com maior número de mortes, o Brasil é o que menos testa, sendo duas vezes menos que o Irã e quase 18 a menos que a Itália), o que nos confere a falsa sensação de segurança. Por fim, compreendemos ser urgente que os Governos acelerem o acesso da população à renda básica para que possa proteger as suas vidas ficando em casa, evitando a saída de suas residências.
Assim, reforçamos que o retorno às atividades só deve acontecer no momento oportuno, indicado pelas autoridades de saúde, quando houver diminuição do risco sanitário. Ainda assim, esse retorno deve ser feito de forma gradual e monitorada, de forma a ser suspenso se necessário, como vem sendo feito em outros países.
Acesse e assine o abaixo-assinado: https://forms.gle/yWCBN3ppoSTAAZweA