8 de julho: Defender a Pesquisa e a Ciência Brasileira
No dia 8 de julho é comemorado o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico. A data foi escolhida refere-se à criação neste dia, em 1948, da Associação Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade civil sem fins políticos ou partidários que tem como meta expandir, promover e aperfeiçoar a produção científica brasileira. O dia foi oficializado em anos distintos: em 2001 foi sancionada a lei nº 10.221, que criou o Dia Nacional da Ciência; e em 2008, através da lei 11.807, foi sancionado o Dia Nacional do Pesquisador. Comemorados na mesma data, o dia ganhou a nomenclatura e simbologia que possui hoje.
Este é um dia de luta e conscientização. Entender o lugar que a ciência e a produção científica ocupam para o desenvolvimento socioambiental, sanitário, das artes, assim como econômico, além dos demais setores de nossa vida social no âmbito nacional, é necessário para que a população compreenda os investimentos na pesquisa, bem como é o que incentiva jovens se inserirem nas carreiras vinculadas a ciência. Este processo de conscientização se torna ordem do dia quando estamos passando por uma experiência dramática de mais de dois anos de uma pandemia que matou mais de 700 mil brasileiros. Se não fosse a pesquisa e a produção de vacinas realizada por instituições públicas, gratuitas e de qualidade, com todo o esforço de seus servidores, a catástrofe sanitária impulsionada pelo governo Bolsonaro seria ainda maior.
Este governo, aliás, é um inimigo declarado da ciência e da pesquisa científica. Em maio deste ano, o governo Bolsonaro bloqueou R$ 1,8 bilhão de reais para o orçamento da Ciência, Tecnologia e Inovação. Como se não bastasse, estamos na eminência que este corte suba para R$ 2,5 bilhões em julho. Enquanto isso, o governo não se furta de injetar dinheiro já aprovado pela LOA em ações meramente eleitoreiras, como na compra de deputados através do Orçamento Secreto.
O Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica estima que ao menos cinquenta e dois projetos serão duramente afetados por este bloqueio, inclusive projetos que lidam com áreas fundamentais para a existência humana, como o no caso de estudos que lidam com a necessidade de mitigação de mudanças climáticas e uso de defensivos agrícolas ambientalmente sustentáveis.
Em números, o Brasil investe cerca de 1% do Produto Interno Bruto em Ciência, Tecnologia e Inovação. Em contraponto, Coreia do Sul e Alemanha investem cerca de 4%, Japão e Estados Unidos, 3%. Durante a pandemia, estima-se que as pesquisas nos Estados Unidos tinham investido US$ 6 bilhões em pesquisa sobre o Covid-19, enquanto o Brasil apenas US$ 100 milhões.
Tudo isto coloca em evidência que neste Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, além de comemorar o milagre que é se fazer ciência no Brasil, temos também que ter como norte a reposição do orçamento público para este setor tão importante para toda a sociedade.