“8 de Janeiro: Memória, Restauração e Democracia”: APUBHUFMG+ promoveu exibição de documentário e debate
Após a exibição, a comunidade universitária participou de um debate com os profissionais envolvidos na produção do documentário e no projeto de restauração, assim como no trabalho colaborativo da UFMG com a Polícia Federal | Foto: Acervo do APUBHUFMG+.
Na última quarta-feira (02/07), o APUBHUFMG+ promoveu a exibição do documentário “8 de Janeiro: Memória, Restauração e Democracia”, dirigido pelo professor Michael Kerr e produzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A obra audiovisual retrata o trabalho de restauração de obras de arte e elementos patrimoniais do acervo do Palácio do Planalto, depredados nos atentados golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A exibição do documentário, seguida de debate, foi apoiada pelo sindicato e realizada no Auditório da EBA/UFMG. A organização do evento foi feita pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (CECOR), o Colegiado do Curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis e a Escola de Belas Artes da UFMG.
Giulia Vilela Giovani, professora do curso de Conservação-Restauração de Bens Culturais da UFMG e vice-secretária-geral do sindicato: “o APUBHUFMG+, enquanto entidade que defende a universidade pública, gratuita e de qualidade, se orgulha de apoiar iniciativas como esta, que fortalecem o compromisso com a democracia, com a cultura e com o papel social da universidade” | Foto: Acervo do APUBHUFMG+.
“Essa atividade representa não apenas um momento de reflexão coletiva sobre os ataques à democracia e ao patrimônio público, mas também uma oportunidade fundamental de visibilizar o trabalho técnico, ético e interdisciplinar que foi necessário para enfrentar os danos causados à memória material do país”, definiu Giulia Vilela Giovani, professora do curso de Conservação-Restauração de Bens Culturais da UFMG e vice-secretária-geral do APUBHUFMG+.
Ela também ressaltou “a importância de dar visibilidade ao trabalho dos profissionais e instituições envolvidos na recuperação dessas obras, reafirmando a relevância da nossa atuação para a preservação dos valores simbólicos e históricos que constituem o patrimônio cultural brasileiro”.
Após a exibição, a comunidade universitária participou de um debate com os profissionais envolvidos na produção do documentário e no projeto de restauração. Participaram da conversa: Michael Kerr, diretor do documentário e professor dos cursos de Cinema da UFPel; Andrea Bachettini, coordenadora do projeto de restauração e professora do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel; e Virgynia Corradi Lopes da Silva, Chefe do Serviço de Gestão da Conservação de Bens Móveis e Integrados do IPHAN.
Além disso, tivemos a presença do professor Luiz Souza, coordenador do Laboratório de Ciência da Conservação (LACICOR) da Escola de Belas Artes da UFMG e Vice-Diretor do CECOR, e de Marcelo Carvalho Lasmar, Perito Criminal da Polícia Federal. Eles comentaram o trabalho colaborativo e interdisciplinar, desenvolvido pela UFMG em colaboração com a Polícia Federal, quanto aos esforços conjuntos na resposta emergencial, nas análises e na valoração das obras danificadas.
“O APUBHUFMG+, enquanto entidade que defende a universidade pública, gratuita e de qualidade, se orgulha de apoiar iniciativas como esta, que fortalecem o compromisso com a democracia, com a cultura e com o papel social da universidade”, reforçou a vice-secretária-geral do sindicato.
Assista ao documentário
O documentário “8 de Janeiro: Memória, Restauração e Democracia” retrata o trabalho de restauração de obras de arte e elementos patrimoniais do acervo do Palácio do Planalto, depredados nos atentados golpistas de 8 de janeiro de 2023. Confira o filme no canal do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: https://youtu.be/CphWjNxQyRk?si=5zFc2N1oJgesxWkX
Conduzido pelo Laboratório Aberto de Conservação e Restauração (LACORPI) da UFPel, sob coordenação das professoras Dra. Andrea Lacerda de Bachettini e Dra. Karen Velleda Caldas, o projeto de restauração foi realizado em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais (DCPP), com apoio da Fundação Delfim Mendes da Silveira (FDMS). A iniciativa resultou na recuperação de 20 obras significativas, reafirmando o papel da conservação do patrimônio como instrumento de resistência e de fortalecimento institucional.
A restauração, assim como o registro audiovisual por meio do documentário, integra os esforços de reconstrução e preservação da memória nacional, ao mesmo tempo em que reafirma o compromisso com a democracia. A importância desse movimento se intensifica diante do atual julgamento dos réus pelos ataques golpistas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, declarado inelegível.
