Projeto Saúde & Cerrado Vivo: Viveiro de Plantas Medicinais & do Cerrado, do Mercadinho Tá Caindo Fulô chega à sua etapa final
O Projeto Saúde & Cerrado Vivo: Viveiro de Plantas Medicinais & do Cerrado, aprovado em outubro no Edital de Solidariedade 2021 do APUBH UFMG+ chegou à etapa final no sábado, dia 4 de dezembro com a realização da oficina com mestres dos saberes tradicionais e raizeiros. Desde o início do projeto, a proposta foi “incentivar as práticas de saúde por meio das plantas, dentro das famílias agricultoras e do SUS, estabelecendo o diálogo entre conhecimento científico e ancestral”. Para isso foram realizadas também as oficinas de preparação do solo e plantio das mudas (13/11), e oficina de produção de mudas (19/11).
“O neoliberalismo, como nos ensina Vladimir Safatle é a forma mais cruel de precarização da vida social, tendo como resultado imediato graves rupturas no pacto social, e que resulta na deteriorização do trabalho, da linguagem, do desejo, enfim, da vida. O Edital de Solidariedade do APUBH-2021 traz nos seus fundamentos a solidariedade sociopolítica. A razão desta escolha pelo APUBH expressa e vincula o sindicato às práticas sociopolíticas mais caras para a sustentação da diversidade da vida, especialmente dos coletivos invisibilizados”, comenta a professora Maria Luiza Grossi, secretária-geral do APUBH.
Ainda de acordo com a professora, a violência colonial que nos fundou e que é naturalizada em numerosas ações e discursos, especialmente daqueles advindos e estimulados pelo governo Bolsonaro e pelo bolsonarismo, deixa evidente o quanto é necessário, que nós docentes e cidadãos, lutemos contra a produção da ruína social. Neste sentido, “a proposta contida no Edital de Solidariedade do APUBH 2021 e acolhida pelo sindicato no Projeto Saúde & Cerrado Vivo: Viveiro de Plantas Medicinais & do Cerrado, busca estruturar a autonomia de pequenos produtores do cerrado e seus saberes, para que sejam protagonistas dos processos de produção dos viveiros de plantas medicinais, e se vejam ativos e capazes para resistir aos repetidos eventos do neoliberalismo colonial. Com isso a nossa solidariedade é sociopolítica ao estimular a inserção daqueles que conhecem e sabem sobre as plantas – verdadeiros guardiões de saberes seculares sobre as plantas medicinais do cerrado, por isso cerrado vivo! Nesse sentido uma solidariedade viva e não programada por Brasília, pela Faria Lima ou algoritmos”, completou.
Além do apoio financeiro do APUBH UFMG+, o “Mercadinho tá caindo fulô”, como é chamado pela comunidade, é o espaço social para a realização das oficinas. Conta com a parceria da Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Santana do Riacho, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (EMATER- MG), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Sítio Entoá e a Associação dos Agricultores Familiares, Artistas e Artesãos da Região da Serra do Cipó/Mercadinho Tá Caindo Fulô.
Confira alguns registros da ação:
Créditos das fotos: Projeto Saúde & Cerrado Vivo