Acontece no APUBH

APUBH participa das atividades da Semana Marielle Franco UFMG

Nesta quinta-feira, 14 de março, a diretora de Direitos Humanos, Relações Étnico Raciais, Gênero e Sexualidade do APUBH, a professora Maria Guiomar da Cunha Frota representou o sindicato na mesa do Debate “De Rafael Braga a Lula: Até onde vai a liberdade?”. A atividade ocorreu na Praça de Serviços do Campus Pampulha e faz parte da programação da Semana Marielle Franco UFMG. Participaram representantes da União Nacional dos Estudantes -UNE, da União da Juventude Comunista – UJC, do Movimento Negro do PSOL e do movimento Negro Brasileiro.

Na abertura da atividade, o coordenador da mesa destacou a parceria do APUBH na luta em defesa da democracia e da liberdade na UFMG. O Sindicato foi um dos apoiadores do evento, assim como o Sindifes, os coletivos de negritude da UFMG e a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis da UFMG- PRAE.

A professora Maria Guiomar iniciou a sua fala ressaltando a forte representação militante na mesa devido a presença de “dois movimentos muito fortes nesse país: o social e o estudantil. Uma bomba atômica em termos de força, de resistência e de luta”, disse.

Sobre o tema do debate, Guiomar disse que a liberdade pode ser pensada em duas formas: “Por um lado, para entender o golpe, a extensão das violências e das violações institucionais que estão sendo cometidas pelo aparato repressivo patrocinado pelas elites empresariais e políticas. Por outro lado, pensar as formas possíveis de resistência”.  Essa resistência, de acordo com a professora, é encampada pelos movimentos sociais, estudantis, de luta por moradia, pela terra, pelo movimento sindical e político-partidário.

A diretora do APUBH falou ainda sobre a perseguição intensa que ocorre atualmente a todo tipo de liberdade e destacou que no âmbito da universidade, interessa muito a liberdade de expressão e de associação. Neste sentido, ela enfatizou a perseguição aos professores universitários, aos reitores, aos estudantes e à liberdade de organização.

Militante do Movimento Negro, Mateus Gomes abordou a perseguição política do governo brasileiro contra ativistas. “Não começou com a Marielle e nem vai terminar com Marielle, por isso essa luta precisa ser uma luta viva e nos traga lições”, disse. Em sua intervenção, Gomes apontou três elementos do debate proposto e que, em sua visão, são fundamentais para entender a situação política do país, de Rafael Braga até Lula. “A primeira é uma análise do que foi e do que ficou das manifestações de junho de 2013 no Brasil. A segunda é a centralidade da questão negra e racial que envolve Rafael Braga e Marielle, mas também envolve o processo político que a gente vive nos últimos anos no nosso país. E a terceira é o sentimento a partir do golpe entre 2015 e 2016 que consumou o impeachment da Dilma e todo esse processo de ascensão de uma nova extrema direita, do neofascismo no Brasil”, explicou.

Para Maria Carol, a prisão de Rafael Braga durante as manifestações do dia 20 de junho de 2013,por portar uma garrafa de desinfetante, “foi muito mais preso pelo black da sua cor do que o block dos manifestantes, que foram absorvidos depois da prisão”. Rafael foi o único preso condenado no país pelas manifestações em 2013. “O caso representa as contradições que a gente enfrenta de uma sociedade completamente racista e que criminaliza todas as tentativas de luta” completou Maria Carol.

“O estado se coloca enquanto adversário dos lutadores, das minorias, da classe trabalhadora desde o momento em que ele retira os nossos direitos, persegue a nossa liberdade de manifestação, de denunciar essa retirada de direitos e quando todas as possibilidades de nos silenciar vai em frente até a via do assassinato”, falou Maria Carol, militante da União da Juventude Comunista.  Ela ainda lembrou do 1 ano de assassinato de Mariele Franco e do motorista Anderson Gomes.

O quarto dia da programação da Semana Mariele UFMG terminou com a participação no ato Mariele Vive que marca o primeiro ano do assassinato a vereadora e de seu motorista.