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Terrorismo: os atos bolsonaristas de violência em Brasília/DF

O Brasil assistiu abismado às imagens dos atos de violência cometidos por partidários do governo Bolsonaro, na última segunda-feira (12/12), em Brasília/DF. Extremistas atearam fogo em ônibus e carros, depredaram bens e vias públicas, disparam tiros e atacaram uma delegacia e a sede da Polícia Federal, entre outros crimes. Em diferentes relatos, o cenário foi descrito como uma verdadeira praça de guerra.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, o vandalismo seria uma reação à prisão, ocorrida no mesmo dia, do pastor indígena José Acácio Serere Xavante. Conhecido como cacique Tsereré, o pastor é um dos líderes das manifestações antidemocráticas, que vem sendo realizadas por golpistas que não aceitam o resultado das urnas. O cacique Tsereré teve a prisão temporária determinada, a princípio por dez dias, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de condutas ilícitas em atos antidemocráticos.

O mandato atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alega que Tsereré faz uso de sua posição à frente do Povo Xavante para levar pessoas (indígenas e não indígenas) a cometerem crimes previstos no Código Penal, como ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para a PGR, Tsereré traz risco à ordem pública por incitar agressões e perseguições tanto a Lula, quanto aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF. Inclusive, ainda de acordo com a Procuradoria-Geral, o cacique teria convocado pessoas armadas para tentar impedir a diplomação do presidente eleito Lula, que aconteceu no dia 12 de dezembro.

Depois do tratamento que o governo Bolsonaro dispensou aos povos originários nos últimos quatro anos, chama a atenção o envolvimento de um líder indígena em atos como esse. Ainda por cima, a viagem até a capital do país teria sido patrocinada por latifundiários, com intuito de liderar movimentos contra a posse.

Após as eleições presidenciais deste ano, o país tem passado por uma escalada de atentados criminosos contra o Estado Democrático de Direito. Reconhecidamente ilegítimos, os protestos golpistas têm trazido transtornos e prejuízos para a população brasileira.  Inclusive, foram registrados diversos atos violentos, cometidos por bolsonaristas. Os atos criminosos desta semana, portanto, são apenas mais um capítulo desse conflito.

Ademais, a maneira com que a força policial vem lidando com os atos golpista contrasta com a conhecida truculência com que as forças de coerção do Estado costumam tratar manifestações protagonizadas pela classe trabalhadora. Ao contrário dos atos golpistas, os atos de rua realizados por movimentos sociais e sindicais são um instrumento legítimo e necessário para a conquista, manutenção e cumprimento dos direitos da classe trabalhadora. Ainda assim, não dispomos do mesmo tratamento dispensado a estas pessoas que atentam, abertamente, contra a vontade soberana da população.