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Sob governo Bolsonaro, universidades federais perderam 14,4% do orçamento

Entre 2019 e 2022, período do governo Bolsonaro, as universidades federais do país perderam 14,4% de seu orçamento. Em termos comparativos, os valores passaram de 62,2 bilhões de reais em 2019 para R$ 53,2 bilhões em 2022. É o que aponta pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

O resultado é mais uma prova dos efeitos da política de desmonte da educação e da universidade pública fortemente conduzida  pelo governo Bolsonaro.  A redução orçamentária é tão severa que quase ocasionou o fechamento de algumas das universidades do país, por falta de recursos em caixa para pagamento de despesas básicas como contas de água, luz, telefone, internet, material de limpeza, pessoal terceirizado e bolsas estudantis. Foi o caso, por exemplo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em que no ano de 2021, os cortes haviam rebaixado o orçamento desta Universidade a patamares de 2009.

Em abril deste ano, o governo Lula anunciou um aporte financeiro de cerca de R$ 2,44 bilhões para a educação federal. “Desse montante, 70% (R$ 1,7 bilhão) serão voltados para a recomposição direta das finanças (aproximadamente R$ 1,32 bilhão para as universidades e R$ 388 milhões para os institutos)”, conforme notícia publicada pela Agência Brasil. Porém, dado o montante cortado do orçamento, o aporte não foi suficiente para dar um respiro às universidades e garantir que fechassem o ano de 2023 com as contas em dia. Em função disso, recentemente, 30 de novembro, a diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – ANDIFES –  reuniu-se com o ministro da Educação, Camilo Santana, para tratar de uma nova complementação orçamentária.  Santana prometeu um aporte de 150 milhões de reais. À Câmara dos Deputados, a ANDIFES apresentou um aporte orçamentário de R$ 500 milhões. De acordo com a Associação, ainda foi protocolado um ofício com um pedido de “mais R$ 2,5 bilhões para 2024, somados aos R$ 6 bilhões já previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de maneira a recuperar o orçamento de 2010, corrigido pelo IPCA”.