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APUBH participa de reunião preparatória do Grito dos Excluídos e das Excluídas 2023

No último sábado, 05 de agosto, o APUBH UFMG+, representado pela secretária-geral da diretoria executiva, professora Maria Luísa Grossi, participou de mais uma etapa de preparação do 29º Grito dos Excluídos e das Excluídas. Reunidos no salão da Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, no bairro Lagoinha, representantes de diversos movimentos sociais e populares, associações, sindicatos, pastorais, paróquias, coletivos e outras entidades, participaram de um seminário sobre o lema do Grito em 2023: Você tem fome e sede de quê?

O seminário contou com três momentos centrais de reflexão. O primeiro foi conduzido por Sônia Mara Maranho, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que apresentou uma análise da realidade brasileira a partir do lema do Grito em 2023. Neila Batista, superintendente do Incra em Minas falou sobre desigualdade e luta por direitos. A perspectiva pastoral do Grito foi abordada pelo padre Manoel de Godoy, professor de teologia da Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte e Administrador Paroquial da Paróquia São Tarcísio, em uma explanação com o tema “Vida em primeiro lugar e a opção preferencial pelos pobres”.

Iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Grito dos Excluídos e Excluídas tem como objetivo “revelar, à luz do dia e diante da opinião pública, as dores e sofrimentos que governos e autoridades tendem a varrer para debaixo do tapete. Trazer à superfície os males e correntes profundas que atormentam o dia-a-dia da população de baixa renda”.

Neste ano em Minas Gerais, o grito contra a sede e a fome de soberania, justiça, saúde, trabalho, moradia, terra, território e educação se alinha com a luta contra as  políticas públicas destrutivas do governador Zema para as áreas de saúde, educação e o projeto de privatização de estatais mineiras como a Cemig e a Copasa. Questões essas que estiveram presentes nas falas dos participantes do seminário. Para eles é fundamental e urgente fortalecer a bandeira de luta contra as privatizações no estado, defendidas no governo Zema sob o falso pretexto de que com a venda das estatais mineiras e a quantia levantada será suficiente para garantir mais investimentos para atendimento de demandas básicas do povo mineiro.  Além disso, foram apresentados fortes questionamentos e denúncias sobre a responsabilidade do governo estadual com a educação, especialmente, no que tange ao pagamento do piso salarial aos professores e professoras e a proposta de municipalização do ensino fundamental das escolas estaduais.

Outro ponto de discussão foi a eleição dos 45 novos conselheiros dos nove conselhos tutelares das regionais administrativas de Belo Horizonte que ocorrerá no dia 1º de outubro. Serão cinco membros titulares para cada conselho. Os Conselhos são importantes mecanismos de defesa e proteção de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, vítimas de violência, fome e abandono. Previsto no artigo 131 da lei 8069/1990, “o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (…)”.  Na reunião discutiu-se a necessidade e o apoio as candidaturas de conselheiros da ala progressista, visto que há uma grande movimentação para eleição de conselheiros conservadores alinhados à ideologia de ultradireita. Tal fato acendeu um sinal de alerta nos movimentos e pastorais de defesa das crianças e dos adolescentes, considerando a visão diminuída de mundo, de equidade, de acolhida e de justiça social compartilhada pela ultradireita.

No seminário, falou-se ainda sobre a luta pela baixa dos juros e pela justiça ambiental para todo o povo mineiro. O Grito dos Excluídos e das Excluídas ocorre tradicionalmente no dia 07 de setembro, pois, conforme texto publicado no site da atividade, “se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna”. E “é um contraponto à história oficial da independência do Brasil. Na contramão dos desfiles cívicos e militares, que sempre marcaram o 7 de Setembro, conclama-se o povo, sobretudo os pobres e excluídos, a descerem das arquibancadas, deixar o patriotismo passivo, e ocupar praças e ruas na defesa de seus direitos”.

Confira a programação do Grito dos Excluídos e das Excluídas em Belo Horizonte:

19/08 (sábado): Esquenta do Grito em frente à Ocupação Pátria Livre (Pedreira Prado Lopes)

07/09 (quinta-feira) – 09h: Concentração na Praça Vaz de Melo, bairro Lagoinha. Caminhada pela Rua Itapecerica até a Ocupação Pátria Livre