7 de novembro: APUBHUFMG+ fortaleceu a luta do funcionalismo público mineiro contra o RRF do governo Zema
Na última terça-feira (07/11), as servidoras e os servidores públicos de Minas Gerais paralisaram as suas atividades em protesto contra o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), apresentado pelo governo Zema, e em defesa dos serviços públicos. A mobilização foi convocada pela Frente Mineira em Defesa dos Serviços Públicos, que reúne 22 sindicatos que representam diversas carreiras do funcionalismo público estadual. Atendendo à deliberação da nossa assembleia mais recente, o APUBHUFMG+ apoiou e participou ativamente das manifestações.
Em um dia histórico de luta, milhares de trabalhadores das categorias de servidores públicos ocuparam a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Estiveram presentes sindicatos de diversas áreas, incluindo educação, saúde, segurança pública e prestação de serviços básicos, como o oferecimento de água e energia elétrica. Dessa maneira, os movimentos sindicais demonstram a sua força para conter o retrocesso que as medidas neoliberais do governo Zema podem acarretar para a sociedade mineira, assim como as agressões aos direitos do funcionalismo.
O dia de luta foi composto por diferentes atividades, ao longo da manhã e da tarde. Os manifestantes percorreram os gabinetes, para pressionarem os parlamentares a se oporem ao PL 1202/2019, referente à adesão do estado ao RRF. Além disso, as entidades compuseram audiência pública, convocada pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia (CECT), para discutir os impactos do Regime de Recuperação Fiscal na Educação. E a mobilização culminou na realização de uma assembleia unificada do funcionalismo público mineiro, para discutir a conjuntura atual e definir as próximas ações da categoria.
Em sua fala na assembleia, a professora Maria Rosaria Barbato, presidenta do APUBHUFMG+, denunciou as práticas elitistas do atual governador do estado. Ela pontuou que estas medidas neoliberais privilegiam os apoiadores do governo e as grandes multinacionais, enquanto penalizam os servidores e a população em geral. A professora também alertou para os riscos que ameaçam a população, com as propostas do governo para o RRF e para a privatização de empresas públicas que prestam serviços básicos. Por isso mesmo, a sindicalista acredita na força coletiva para barrar estes retrocessos. “O governo Zema vai quebrar Minas Gerais. Nós não vamos aceitar!”, definiu a presidenta do sindicato.
Na assembleia, a categoria também manifestou solidariedade às deputadas estaduais Beatriz Cerqueira (PT) e Bella Gonçalves (PSOL) e às vereadoras de Belo Horizonte Iza Lourença e Cida Falabella (PSOL), que têm sido vítimas de violência política de gênero. Apesar destes ataques criminosos, as parlamentares continuam a fortalecer a resistência política contra a misoginia, o machismo e todas as formas de discriminação e desigualdades.
Calendário de lutas
Na assembleia unificada, as categorias ali representadas construiram o calendário de mobilizações para o mês de novembro. Assim, ficou aprovada a realização, na próxima terça-feira (14/11), de um novo dia estadual de lutas. Já na sexta-feira (17/11), a retirada de recursos e o sucateamento das universidades mineiras será discutido em um debate público na ALMG. A assembleia definiu, ainda, que uma nova greve geral seja convocada para o dia em que o RRF for votada no plenário.
As categorias dos servidores do Estado também participarão das manifestações do Dia da Consciência Negra (20/11), que ocorrerão em diversos locais em Minas Gerais. Na ocasião, também será manifestada solidariedade ao povo palestino e ao povo do Haiti.
O APUBHUFMG+ parabeniza o funcionalismo público mineiro por este movimento tão justo e necessário. Mais uma vez, a classe trabalhadora demonstra o papel decisivo da mobilização coletiva para resguardar os seus direitos. Nós continuamos na luta, dando o nosso recado para o governo do Estado: Zema, tire as mãos dos direitos dos servidores e da população mineira e do patrimônio público e ambiental do Estado!