Docentes da UFMG mantêm greve e cobram retomada das negociações com o governo federal
As professoras e os professores da UFMG deliberaram pela continuidade do movimento grevista. A deliberação reflete a insatisfação da categoria com a mais recente proposta apresentada aos servidores docentes pelo governo federal. Além disso, a categoria também protesta contra a decisão governista, tomada unilateralmente, de encerrar as negociações assinando acordo com uma entidade cartorial que não representa a maioria das universidades federais. A expectativa é que haja alguma novidade positiva na nova reunião marcada para dia 3/06, após a pressão exercida pelos representantes do Comando Nacional do ANDES-SN.
A decisão foi tomada em assembleia, na manhã de hoje (29/05), em Auditório do CAD 2 da UFMG. Cerca de quatrocentos docentes estiveram presentes. Deflagrada no dia 15 de abril, a nossa greve prossegue a mais de um mês. Ao longo desse período, a nossa mobilização local fortalece o movimento nacional, que ocupa diversas instituições de educação federal no país. Cabe destacar que o movimento grevista na educação federal também envolve os nossos colegas técnico-administrativos, assim como conta com a adesão dos estudantes.
Não podemos perder de vista que, para além da pauta premente de recomposição salarial dos servidores da educação federal, as nossas reinvindicações contemplam uma luta maior em defesa da Universidade Pública. Portanto, não se trata de fragilizar o atual governo, mas de interromper o processo de desmonte da Universidade Pública e de precarização do trabalho dos professores e das professoras. Processo esse que tem se aprofundado no país ao longo do Governo Bolsonaro e que sofre pela política de austeridade do atual governo bem como pelo sequestro do orçamento por parte do Congresso, majoritariamente conservador e reacionário.
A necessidade de recomposição salarial visa valorizar os servidores docentes e TAEs da ativa, assim como reconhecer as pessoas aposentadas e incentivar os ingressos de novos profissionais nas universidades públicas. E a defesa das universidades federais perpassa, necessariamente, pela recomposição orçamentária. É preciso garantir o investimento público para possibilitar o trabalho e o desenvolvimento dessas instituições. Na verdade, as verbas dispensadas às universidades, em vários casos, já não são o suficiente nem mesmo para garantir o seu pleno funcionamento.
Diante desse cenário, vamos fortalecer nosso movimento, através da realização de ações de agitação, de pressão e de conscientização. Dessa maneira, a assembleia deliberou pela adesão da categoria ao Dia Nacional de Luta pela Educação Federal, convocado para a próxima terça-feira (03/06). Essa é uma iniciativa conjunta dos Comandos Nacionais de Greve (CNGs) do SINASEFE, ANDES-SN E FASUBRA, entidades que representam os servidores da educação federal nas mesas de negociação. Com isso, a proposta é pressionar o governo a retomar as negociações.
O dia de luta contará com uma manifestação da categoria na porta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), onde ocorrerá um novo encontro da bancada sindical com a representação governista. Mobilizações também serão realizadas nos locais de trabalho dos servidores. Desse modo, a categoria docente da UFMG está construindo as ações a serem realizadas na universidade.
Aliado a isso, a UFMG será representada no Comando Nacional de Greve do Andes-SN pela presidente do APUBHUFMG+, Profa. Maria Rosaria Barbato que, indicada pela Assembleia como delegada junto com mais duas observadoras, dará continuidade à representação dos docentes da UFMG com voz e voto nesta instância.
A participação se dá em força de dispositivo do Regimento do Comando Nacional que permite participação plena a integrantes de comandos locais de outras entidades sindicais tal como o APUBH.
A Assembleia também aprovou a decisão tomada pela Diretoria, neste início de ano, de dar continuidade ao processo de reaproximação ao Andes-SN, apontando a realização de Assembleia até o fim da atual gestão que se dará em outubro 2024.
E além de cobrar a retomada do diálogo com o governo federal, a categoria também aprovou, ainda, a publicação de uma nota de repúdio à mesa de negociação, à sua condução e ao desrespeito praticado contra os professores. Esse documento deve ser levado ao CNG.
A presença atuante de cada trabalhadora e de cada trabalhador que compõe a categoria é o que constrói a nossa luta. Fique por dentro das redes sociais, do informativo semanal e do site do sindicato para saber mais informações sobre as manifestações do dia 3 de junho, assim como sobre as demais ações aprovadas em assembleia. Informe-se e participe.
A luta continua! Categoria docente da UFMG em greve!