03 de outubro: UFMG na Praça
No segundo dia da Greve de 48h, comunidade universitária apresentou projetos de pesquisa e extensão e prestou serviços à população
Nesta quinta-feira (03/10), a UFMG foi para a rua. A comunidade universitária conversou e demonstrou para a sociedade a importância da produção de conhecimento nas universidades públicas. Também foi um momento para a conscientização, com o alerta de como o estrangulamento no orçamento ameaçam a subsistência de universidades e institutos federais de ensino e de agências de fomento à pesquisa. E, por conseqüência, os cortes afetam toda a população.
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Professoras e professores, estudantes de graduação e pós-graduação e técnico-administrativos interagiram com a população, apresentado projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pela universidade. Também foram prestados serviços de interesse público, como atendimento jurídico e de saúde. A interação com as pessoas foi realizada em tendas montadas na Praça Sete. Esses espaços foram divididos em seis espaços: Educação, Saúde, Terra, Justiça, Artes e Humanidades.
A UFMG na Praça foi uma iniciativa promovida pelo APUBH em parceria com a APG/UFMG, o DCE/UFMG e o SINDIFES. A atividade integrou a programação da Greve Geral em defesa das Universidades, Educação, Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia.
Tendas do Conhecimento
A Tenda da Terra teve a realização de aulonas sobre turismo, agroecologia e temas ligados às geociências. Na Tenda das Artes, houve a divulgação de projetos de pesquisa e extensão artísticos e culturais desenvolvidos pela UFMG, como o trabalho de restauração de obras sacras e o resgate da memória popular de Minas Gerais.
A Tenda da Educação contou a participação de docentes da Faculdade de Educação, do Colégio Técnico e do Centro Pedagógico. Também foi divulgado um abaixo-assinado para ser encaminhado para os parlamentares, visando sensibilizá-los contra os cortes na educação e ciência.
A Tenda das Humanidades teve microfone aberto à população, visando a participação de todas e todos no diálogo. O Grupo de Estudo em Temáticas Ambientais (GESTA/UFMG) debateu os efeitos sociais do Crime ambiental-humanitário da Vale em Brumadinho e de outras barragens.
A população teve acesso a serviços na Tenda da Saúde, com a medição de pressão arterial e glicose, testes de diagnóstico de HIV, além de orientações sobre prevenção e tratamento de doenças para a população. Também teve prestação de serviços na Tenda da Justiça. No espaço, foram realizados atendimentos jurídicos para o público. Houve ainda a divulgação de projetos de extensão da Faculdade de Direito.
“A nossa ‘balbúrdia’ salva vidas e melhora esse país”
A iniciativa foi bem recebida e elogiada pelos participantes. É o que caso, por exemplo, o funcionário público aposentado Túlio Tarso, que participou da conversa sobre a preservação da floresta amazônica, na Tenda da Terra. “Foi muito esclarecedor. Eu estou muito contente porque estou saindo daqui com muitas respostas que eu não tinha”, avaliou. “Espero que o trabalho da universidade pública e gratuita possa florescer, e que o governo tenha uma atenção especial para a Educação”.
“Eu não tenho dúvidas de que só com a Educação este país tem jeito e tem futuro”, opinou a pesquisadora do CNPq Isabel Ciotti. Ela participou da Tenda da Saúde, onde fez a medição do seu nível de glicemia. A pesquisadora faz parte do projeto de pesquisa de sustentabilidade em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs Sustentáveis), ligado à Escola de Engenharia da UFMG. “A UFMG na rua mostra o quão importante é o nosso trabalho na universidade. Ao contrário do que diz o ministro da Educação, que fala fazemos ‘balbúrdia’. A nossa ‘balbúrdia’ salva vidas e melhora esse país”.
Passeata
À noite, o APUBH se uniu a outras entidades sindicais e movimentos em passeata que percorreu o centro da capital. Os manifestantes se reuniram na Praça Afonso Arinos e caminharam até a Praça Sete, que foi ocupada até o encerramento do ato. Dezenas de milhares de pessoas participaram do protesto.