Acontece no APUBH

Nota da diretoria do APUBH sobre o reajuste da CASU

Conforme nota divulgada pelo APUBH no dia 18 de fevereiro, a direção do Sindicato iniciou em 14 de fevereiro uma rodada de conversas com a CASU sobre o reajuste das mensalidades do plano IFES V e, especialmente, o seu impacto nas últimas faixas (acima de 54 anos), a mais atingida pelo reajuste.  Essa primeira conversa foi uma iniciativa do APUBH que, embora não tivesse mecanismo formal para intervir na tomada de decisão, se colocou à disposição para discutir e construir alternativas.  Desta reunião, resultou a participação da diretoria executiva da CASU, no dia 18 de fevereiro, na Roda de Conversa sobre Saúde e Qualidade de Vida, na qual prestaram esclarecimentos sobre o reajuste e o déficit do plano IFES V e a regulamentação da ANS sobre a margem de solvência.  Como resultado efetivo desses primeiros encontros foi construído um acordo de cooperação entre APUBH e CASU para visando o desenvolvimento de ações para “o aumento da qualidade dos serviços da CASU e estabelecer o diálogo com os professores e as professoras” (confira nota abaixo).  

Após tomar conhecimento da contraproposta do Sindifes para o reajuste da operadora de saúde, realizaram-se duas reuniões na sede do APUBH a fim de discutir o impacto do reajuste nas duas últimas faixas do grupo (54 a 58 anos e 59 e mais) e os termos da contraproposta. Finalmente, no dia 25 de fevereiro, foi fechado um acordo entre APUBH, CASU, SINDIFES e PRO-RH, com uma diminuição dos valores de reajuste, mas garantindo o ajuste financeiro que a operadora precisa para continuar a prestação de serviços com qualidade.  Os termos do acordado foram submetidos ao Conselho Universitário e aprovados na reunião do dia 26 de fevereiro.

Confira a abaixo a carta lida pela presidenta do APUBH, professora Maria Stella Brandão Goulart, na reunião do Conselho Universitário realizada no dia 26 de fevereiro.

 

26/02/2019

Ao Conselho Universitário da UFMG,

O APUBH, após ter acesso à situação que sinalizava grave crise financeira da CASU, há cerca de 10 dias, tomou uma série de iniciativas que gostaria de explicitar à UFMG.

Partimos da consideração de que a CASU, nossa autogestão, construída com o investimento coletivo da comunidade é patrimônio a ser defendido e estratégia fundamental na sustentação de saúde e qualidade de vida de professores e técnicos administrativos e suas famílias.

Tomamos ciência de uma situação, preocupante, com pouco tempo hábil para colaborar na construção de alternativas, apesar da ausência de instrumentos institucionais ou legais para interferir no processo decisório, relativo aos reajustes que justificaram a proposta do IFES VII.

Solicitamos à CASU que desenhasse uma agenda de colaboração, a partir da qual fosse possível compartilhar todas as informações pertinentes, com a diretoria e filiados, sobre a situação do déficit e, a partir disso, procuramos refletir sobre possibilidades de negociação que implicassem em relativa compensação dos professores que serão duramente atingidos financeiramente.

Este diálogo foi ampliado, com a participação do SINDIFES e de representantes da OAP, sendo sustentado por iniciativa da Diretoria Setorial de Saúde e Qualidade de Vida do nosso sindicato (APUBH).

Em linhas gerais, constatamos a necessidade de construção de sinergia e de potência crítica: tomamos conhecimento de contraproposta do SINDIFES e nos colocamos a disposição para a construção das necessárias mediações, após contato com nossa Reitora.

Seguiram-se uma série de intensas reuniões, com significativos avanços, onde trabalhamos na direção de proteger os interesses financeiros das “vidas” que dão sentido à existência da CASU, uma vez evidenciada a convergência em torno da relevância da CASU, enquanto instituição de saúde: sua potência democrática e dialógica. Disso resultaram novas propostas, como a que será apresentada. Contribuímos com sua construção, ainda que ela não tenha sido objeto de discussão em nossa categoria e não possamos abraçá-la como uma proposta do APUBH. Identificamos claramente que ela agregou novas possibilidades que salvaguardaram, em especial, as faixas etárias acima dos 54 anos, ainda que entendamos que o reajuste acordado seja bastante impactante.

A esta proposta “possível”, agregamos alguns pontos acordados ao longo deste denso e excessivamente rápido processo:

. Participação permanente da CASU no GT de Saúde Mental do APUBH (que integra a Diretoria Setorial de Saúde e Qualidade de Vida).

. Realização de atividades conjuntas que promovam esclarecimento e aprofundem o conhecimento acerca dos recursos e programas da CASU, valorizando o perfil social de autogestão com a ampla e aberta participação dos professores e das professoras.

. Intensificação dos programas de promoção à saúde e prevenção de agravos, particularmente os voltados para os professores de faixas etárias superiores a 54 anos: telemonitoramento de pacientes crônicos; assistência domiciliar, sempre que necessário; busca ativa para atividades de promoção à saúde e prevenção de eventos e patologias incluindo aqueles oriundos de processo de trabalho, entre outros.

. Constituição de Grupo de Trabalho com a Diretoria Setorial de Saúde e Qualidade de Vida da APUBH, para desenvolvimento de outras propostas e, destacadamente, a construção de estratégias no campo da Saúde Mental através de: compartilhamento e discussão de informações sobre adoecimento e internações psiquiátricas, e elaboração de propostas de enfrentamento dos desafios específicos decorrentes.

Desta maneira, assumimos publicamente o compromisso com o incremento da qualidade dos serviços da CASU e o diálogo com os professores e as professoras, assim como com todos os servidores da UFMG, entendendo que o SINDIFES foi fundamental na construção de uma resposta mais adequada diante dos riscos.

Compreendemos e esperamos que ao longo deste ano de 2019 possamos construir melhores perspectivas, ainda que pese sobre nós todos os riscos e desafios da atual e dramática situação brasileira.

Esperamos que a publicização destes entendimentos garantam a construção da citada sinergia capaz de potencializar as relações político-institucionais e a qualidade de vida de todas e todos, contemplando o significado mais verdadeiro da relevância da CASU, como autogestão para nós.

Cordialmente,

Profa. Dra. Maria Stella Brandão Goulart

Presidenta do APUBH

Sindicato dos professores da UFMG