Acontece no APUBH

APUBH na VII Semana da Saúde Mental da UFMG

Evento, neste ano, teve como tema ‘De mãos dadas pela democracia’

A professora da FAFICH/UFMG e presidenta do APUBH Maria Stella Brandão Goulart coordenou a Mesa redonda: Retomada histórica da luta antimanicomial, na manhã de terça-feira (14/05), no  Auditório da Reitoria da UFMG. O debate integrou a VII Semana da Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, que tem como tema “De mãos dadas pela democracia”.

A mesa redonda foi composta por Miriam Abou-Yd (Fórum Mineiro de Saúde Mental), Silvia Ferreira (ASUSSAM – Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais), Maria Teresa dos Santos (Presidente da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade) e Luíza Morena (Coordenadora da Comissão Municipal de Reforma Psiquiátrica).

Em sua fala, a professora Goulart parabenizou a mobilização na UFMG em torno da saúde mental e da luta antimanicomial. Segundo a especialista, a causa tende a crescer na Universidade, principalmente porque a comunidade acadêmica reconheceu a necessidade de aprender sobre o tema com a experiência da militância e dos movimentos.

Ela frisou ainda a relevância da reflexão sobre a Reforma Psiquiátrica no Brasil e da luta por um tratamento humanizado e sem aprisionamento. Essa discussão se faz fundamental, especialmente no contexto sociopolítico atual, em que as liberdades civis e direitos democráticos são colocados em risco. As palestrantes enfatizaram a discussão sobre a liberdade como pré-condição para qualquer tipo de tratamento, denunciando e criticando o atual redirecionamento da política de saúde mental brasileira, mineira e de Belo Horizonte.  A privatização, o sucateamento dos serviços públicos e o financiamento indevido das comunidades terapêuticas foi denunciado veementemente.

Além da participação da professora, o APUBH apoiou as atividades da VII semana, propondo e viabilizando duas oficinas, com a apresentação do artista senegalês Mamour Ba e com o fornecimento de macas dobráveis.

Relações institucionais de mãos dadas pela democracia

E na quinta-feira (16/05), a presidenta representou o APUBH no Conversatório: Relações institucionais de mãos dadas pela democracia. O encontro contou com a participação do vice reitor, prof. Alessandro XXX, de representantes da Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG, da Ouvidoria da UFMG, do DCE/UFMG, do SINDIFES, da ATENS, do Núcleo PRAE, da DAF/UFMG e do DAST/UFMG. A mediação foi feita pela professora Teresa Kurimoto, Escola de Enfermagem.

A presidenta, em sintonia com o integrante da Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida do APUBH, prof. Marcos Bortolus, comentou os esforços do sindicato para compreender e influir sobre a realidade laboral de professoras e professores e como esta afeta a saúde mental e produz sofrimento que tem sido invisibilizado. Entre as principais queixas da categoria estão os diferentes casos de assédio a que são sujeitados na instituição, bem como a pressão da tendência acadêmica ao produtivismo. A professora observou que é preciso dar visibilidade às questões que afetam a vida dos docentes. Reivindicou a participação do APUBH na Comissão Permanente de Saúde Mental e a necessidade de realização de avaliação participativa e propositiva.

O sindicato tem desenvolvido um trabalho nesse sentido, em conjunto com a Universidade e outras entidades representativas, no qual se destaca a contínua realização de Rodas de Conversa sobre Saúde Mental e Qualidade de Vida.

Desfile da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tan Tan

Concluindo as atividades da VII Semana de Saúde Mental, a Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida participou do Desfile da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tan Tan, celebrando o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, junto com a Rede de Saúde Mental da UFMG e com o DCE/UFMG, vestindo as fantasias resultantes das oficinas produzidas pela organização deste grandioso evento que tomou as ruas do centro da cidade.

O desfile aconteceu ao som do samba-enredo “A Revolução é preta e virá pelo Ventre”. Marielle Franco, Dandara e Zumbi são citados na letra, que aborda a resistência e o direito às diferenças. Confira o refrão:

“Mentira, diga que é mentira
toda essa loucura de matar o nosso povo
cantarei mil vezes de novo e de novo
que o velho se esconde atrás do novo”